ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 30.03.1998.
Aos trinta dias do mês de
março do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João
Carlos Nedel, João Motta, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Reginaldo Pujol,
Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada,
Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Henrique Fontana, Isaac
Ainhorn, João Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo
Leal, Pedro Ruas e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum",
o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição
em avulsos de cópias da Ata da Décima Quinta Sessão Ordinária que, juntamente
com a Ata Declaratória da Décima Quarta Sessão Ordinária, deixou de ser votada
face à inexistência de “quorum” deliberativo. À MESA foram encaminhados: pela
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, a Emenda nº 02 ao
Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 155/97 (Processo
nº 2590/97); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 31/98 (Processo nº 889/98); pelo Vereador Antônio Losada, os Projetos de Lei
do Legislativo nºs 37, 38 e 39/98 (Processos nºs 914, 916 e 917/98,
respectivamente); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, 02 Pedidos de Providências;
pelo Vereador Elói Guimarães, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador
Fernando Záchia, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Gilberto Batista, 03
Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 27/98 (Processo nº
921/98); pelo Vereador Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 03/98 (Processo nº 981/98); pelo Vereador Hélio Corbellini, 01
Pedido de Providências; pelo Vereador Isaac Ainhorn, 07 Pedidos de
Providências; pelo Vereador João Dib, os Pedidos de Informações nºs 25 e 26/98
(Processos nºs 908 e 909/98, respectivamente); pelo Vereador José Valdir, o
Projeto de Resolução nº 14/98 (Processo nº 881/98); pelo Vereador Nereu
D'Ávila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 33/98 (Processo nº 897/98); pelo
Vereador Reginaldo Pujol, a Indicação nº 15/98 (Processo nº 833/98). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 01/98, do Vereador Edemar Eberhardt,
Presidente da Câmara Municipal de Vista Gaúcha/RS; 883, 913, 916, 928 e 932/98,
do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do Estado/RS; s/nº, do
Senhor Dagoberto Lima Godoy, Presidente da Federação das Indústrias do
Estado do Rio
Grande do Sul - FIERGS;
Telegramas: do Senhor Cézar Schirmer, Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento/RS; do Senhor
Bernardo de Souza, Deputado Estadual/RS; do Senhor Arno Frantz, Deputado
Estadual/RS; do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do
Sul; da Escola Especial Concórdia Ulbra; da Senhora Maria do Carmo Bueno,
Deputada Estadual/RS; do Senhor José Ivo Sartori, Presidente da Assembléia Legislativa
do Estado do Rio Grande do Sul; do Senhor Paulo Azeredo; do Senhor Iradir
Pietroski, Secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social do Estado/RS.
A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor
Darcy Walmor Zibetti, Coordenador Geral do V Congresso Mundial de Direito
Agrário, que discorreu sobre aspectos referentes à organização e realização do
evento que coordena, salientando sua importância para nortear a elaboração de
novas regras jurídicas que correspondam à atual conjuntura observada no âmbito
das relações agrárias brasileiras. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia
Maranhão, reportando-se ao tema da Tribuna Popular, teceu considerações a
respeito da importância da realização do V Congresso Mundial de Direito Agrário
em Porto Alegre, destacando a possível repercussão das conclusões do evento no
estudo das relações jurídicas de natureza não-urbana. Na ocasião, os Vereadores
Elói Guimarães e Cláudio Sebenelo manifestaram-se acerca do tema abordado durante
a Tribuna Popular, tendo o Vereador Cláudio Sebenelo solicitado que o
pronunciamento da Vereadora Clênia Maranhão seja considerado como expressão dos
posicionamentos do PSDB quanto ao assunto. Às quatorze horas e quarenta e nove
minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de
"quorum". A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do
Vereador Daniel Lima Pereira, do Município de Nova Santa Rita. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Nereu D'Ávila manifestou-se sobre os problemas enfrentados
pelos permissionários do Hortomercado Parobé, face à obrigatoriedade de
instalação de bancas padronizadas no local, criticando a atuação da Secretaria
Municipal da Produção, Indústria e Comércio quanto ao assunto. Na ocasião,
constatada a existência de “quorum”, foi aprovado Requerimento do Vereador
Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratamento de Interesses
Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Também, foi apregoado Requerimento do
Vereador José Valdir, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje,
tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Cyro
Martini, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação,
Cultura e Esportes. Ainda, foi deferido pelo Senhor Presidente, Requerimento
verbal da Vereadora Maria do Rosário, solicitando cópia do pronunciamento do
Vereador Nereu D'Ávila, acima referido, após a anuência do Orador. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador João Dib, ao referir-se à nota veiculada hoje pela
Prefeitura Municipal nos principais jornais da Cidade, sob o título “Cumprir a
lei não é favor”, declarou que o Poder
Executivo não cumpre devidamente a legislação vigente, criticando os
gastos efetuados com propaganda institucional na Cidade. Na ocasião, o Vereador
Gerson Almeida formulou Requerimento verbal, solicitando seja instalada uma
Comissão de Ética Parlamentar, a fim de avaliar os pronunciamentos efetuados na
Casa pelo Vereador João Dib, tendo o Vereador João Dib, através de Questão de
Ordem, manifestado sua concordância com este Requerimento. Ainda, o Vereador
Adeli Sell informou já se encontrarem à disposição dos Senhores Vereadores
cópias dos balancetes de movimentações financeiras da Administração Municipal,
relativos ao mês de dezembro de mil novecentos e noventa e sete. Às quinze horas e onze minutos, o
Senhor Presidente declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais,
sendo os mesmos reabertos às quinze horas e quatorze minutos, constatada a
existência de “quorum”. Na oportunidade, o Senhor Presidente prestou
informações acerca da forma de encaminhamento de Requerimentos para apreciação
pela Casa, tendo o Vereador João Dib manifestado-se sobre o assunto. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria do Rosário comentou peça publicitária
do Governo do Estado, veiculada hoje nos principais jornais da Cidade,
contraditando declarações prestadas pelo Vereador João Dib, acerca dos gastos
efetuados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre em publicidade. Na ocasião,
o Vereador João Dib formulou Questão de Ordem acerca das formas de interpretação
do artigo 119 da Lei Orgânica Municipal. Após, o Vereador João Dib formulou
Requerimento verbal solicitando a entrega, pela Comissão de Economia, Finanças
e Orçamento, dos balancetes da Administração Municipal que se encontram nesta
Comissão. Também, o Vereador Gerson Almeida, através de Questão de Ordem,
procedeu à leitura do § 3º do artigo 119 da Lei Orgânica do Município, e o
Vereador Juarez Pinheiro, reportando-se ao Requerimento do Vereador João Dib,
acima referido, informou que a Comissão de Constituição e Justiça da Casa está
apreciando o artigo 119 da Lei Orgânica do Município. Após, o Senhor Presidente
prestou informações aos Senhores Vereadores quanto às providências da Companhia
de Processamento de Dados de Porto Alegre - PROCEMPA para interligar o sistema
de informatização deste Legislativo com o do Executivo Municipal. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo teceu críticas à
administração do Executivo Municipal, afirmando ser verificada uma
inobservância no cumprimento de leis pelo Poder Executivo, com a ausência de
envio de matérias que necessitariam ser apreciados por esta Casa. O Vereador
Gilberto Batista referiu-se aos debates realizados nesta Capital, sobre
arrecadação de recursos e efetuação de investimentos na Cidade, salientando a
importância da resposta, pelo Executivo Municipal, dos questionamentos
suscitados pelas comunidades durante as
reuniões do Orçamento Participativo. O Vereador Carlos Garcia manifestou-se
acerca do preço dos combustíveis em Porto Alegre, discorrendo sobre denúncia do
Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Rio Grande do
Sul, de que a qualidade do produto estaria comprometida, e alertando para a
necessidade de análise técnica do combustível vendido na Capital. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 01/98, discutido pelo Vereador Renato Guimarães; em 2ª Sessão, o Projeto de
Decreto Legislativo nº 04/98, discutido pelo Vereador João Dib, os Projetos de
Lei do Legislativo nºs 54/96, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, e
127/96, 214/97, este discutido pelo Vereador Antônio Losada, 15/98, este
discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo, 17, 20/98, este discutido pelo
Vereador Gilberto Batista, 22, 23 e 25/98, os Projetos de Resolução nºs 08/98,
este discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo, 09, 10/98, este discutido pelo
Vereador Reginaldo Pujol, e 15/98, os Projetos de Emenda à Lei Orgânica nºs
03/96 e 01/98; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 09 e 10/98.
Na ocasião, o Vereador João Dib formulou Requerimento verbal solicitando
reparos no piso do andar térreo do prédio deste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Tereza Franco solicitou providências do Secretário Municipal
de Trânsito, para que seja instalado um semáforo na Rua Sepé Tiarajú, nas
proximidades do Colégio João XXIII, face ao grande fluxo de veículos e
pedestres naquele local. A seguir, constatada a existência de
"quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e vinte e
cinco minutos, o Senhor Presidente declarou suspensos os trabalhos da presente
Sessão, que foram retomados às dezesseis horas e trinta e um minutos, observada
a existência de "quorum". Em continuidade, foi aprovado Requerimento
verbal do Vereador Henrique Fontana, solicitando alteração na ordem de
apreciação dos projetos constantes na Ordem do Dia, ficando por último a
apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 47/97, com Veto Total, tendo
manifestado-se a respeito o Vereador Nereu D’Ávila. Após, foi rejeitado
Requerimento verbal do Vereador Gilberto Batista, solicitando a alteração na
ordem de apreciação dos projetos constantes na Ordem do Dia, para votação, em
primeiro lugar, do Projeto de Lei do Legislativo nº 89/97, com Veto Total a ele
aposto, e dos Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 06 e 19/97, com
Vetos Totais a eles apostos, por treze votos SIM, quatorze votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, após ter sido encaminhado à votação pelo Vereador Adeli Sell, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Henrique Fontana, tendo votado Sim os
Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino,
Fernando Záchia, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Pedro Américo
Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista, Não os
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, Juarez Pinheiro,
Maria do Rosário, Nereu
D'Ávila, Renato Guimarães e Cyro
Martini e optado pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães. Após, foi apregoado
Requerimento da Vereadora Tereza Franco, solicitando Licença para Tratamento de
Saúde para os dias trinta e trinta e um de março do corrente, tendo o Senhor
Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Jocelin Azambuja,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e
Direitos Humanos. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi apreciado o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 06/97, com Veto Total a ele aposto, o
qual recebeu um voto SIM e quatorze votos NÃO, após ser discutido pelos
Vereadores Carlos Garcia. Clovis Ilgenfritz, Cláudio Sebenelo, Adeli Sell,
Juarez Pinheiro, Renato Guimarães, João Dib, Cláudio Sebenelo e Jocelin
Azambuja, tendo votado Sim o Vereador Elói Guimarães e Não os Vereadores Adeli
Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato Guimarães e Cyro Martini,
votação esta considerada nula face à inexistência de “quorum” deliberativo. Na
ocasião, os Vereadores Antônio Losada e Gilberto Batista cederam seus tempos de
discussão aos Vereadores Adeli Sell e Cláudio Sebenelo. Também, respondendo a
questionamentos dos Vereadores Isaac Ainhorn e Clovis Ilgenfritz, o Senhor
Presidente prestou informações acerca do processo de discussão deste Projeto,
e, respondendo a questionamento do Vereador Gerson Almeida, o Senhor Presidente
prestou informações acerca da efetividade do Vereador Jocelin Azambuja durante
o dia de hoje. Ainda, através de Questão de Ordem, a Vereadora Maria do Rosário
registrou que o Executivo Municipal deverá publicar ainda esta semana o balanço
referente ao mês de janeiro do corrente ano. Às dezessete horas e cinqüenta e
três minutos, constatada a inexistência de "quorum" deliberativo, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz, Isaac
Ainhorn, Reginaldo Pujol e Lauro
Hagemann, este nos termos do parágrafo único do artigo 27 do Regimento, e
secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Guilherme Barbosa, este como
Secretário "ad hoc". Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo
Pujol): Agradeço Sr. Secretário “ad hoc”, pela colaboração
prestada à Mesa.
Antes de entregar a Presidência ao nosso Vice-Presidente Isaac Ainhorn,
convido para ocupar um lugar a Mesa, o nosso convidado de hoje que, nos termos
do Artigo 100, da Lei Orgânica do Município, irá ocupar a Tribuna Popular Sr.
Darcy Walmor Zibetti, Coodenador-Geral do Congresso Mundial de Direito Agrário,
na condição de Representante da Associação Brasileira de Direito Agrário, ABDA.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn):
Como referiu um dos ilustres Secretários desta Casa, Ver. Reginaldo Pujol, fará
o uso no dia de hoje, da Tribuna
Popular em consonância com o Art. 100, da Lei Orgânica da nossa Cidade,
a Associação Brasileira de Direito Agrário, motivo de divulgar o V Congresso
Mundial de Direito Agrário, sendo que fará o uso da palavra, o
Coordenador-Geral do Congresso Dr. Darcy Walmor Zibetti, sem dúvida, a maior
autoridade de Direito Agrário em nosso Estado com expressão na sua obra
nacional e internacionalmente.
Passamos à
O Sr. Darcy Walmor Zibetti está com a palavra.
O SR. DARCY WALMOR ZIBETTI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Preliminarmente, eu queria informar que, no computador da OAB, nós
fizemos o levantamento de todas as entidades em que pudéssemos buscar apoio
para integrarem-se no nosso Congresso. Encontramos, também, a Federação das
Mulheres Gaúchas, razão pela qual, convidamos a Vera. Clênia Maranhão,
Presidente da Federação das Mulheres Gaúchas, para ser integrante do nosso
Congresso, com muita honra.
É uma honra e uma satisfação
muito grande ter uma oportunidade de ocupar a Tribuna Popular, desta egrégia
Câmara Municipal de Porto Alegre. O objetivo da nossa presença é divulgar e
levar ao conhecimento desta Casa representativa da população, da capital
rio-grandense, a realização do V Congresso Mundial de Direito Agrário, a ter
lugar, nesta Capital, no período de 19
a 22 de maio de 1998. A entidade
promotora é a União Mundial dos Agraristas Universitários - UMAU, com sede em
Pisa, na Itália. Tem, entre seus fins, realizar, de dois em dois anos, um
Congresso Mundial, num país de diferente continente. O primeiro foi realizado
em Pisa, o segundo, em Costa Rica, o terceiro, na França, o quarto, na Tunísia
e o quinto, será no Brasil.
A realização desse importante
conclave será na capital do Estado do Rio do Grande do Sul, graças ao apoio a
nossa iniciativa do Governo do nosso Estado que, inclusive, declarou esse
Congresso, de interesse público. A Faculdade de Direito, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, parceira acadêmica, também deu o seu apoio
enquadrando, inclusive, esse V Congresso Mundial, dentro das comemorações dos
seus anos de sua fundação.
O temário escolhido para o evento
mundial agrarista do Brasil, em Porto Alegre, será o Direito Agrário e o
Desenvolvimento Sustentável. Muito embora, geograficamente, se possa pensar que
a área de atuação e incidência das relações da atividade rural seja na zona
rural, vale dizer, fora da zona urbana, hoje, já deu início à formação de uma consciência
do problema global, intimamente inter-relacionado entre o urbano e o rural.
A questão da vida no planeta
Terra, a questão ambiental, são os pré-requisitos de atendimento, em primeiro
lugar, para que seja assegurada a produção; em segundo lugar, que essa produção
seja adequada à saúde, não só do produtor, mas também do consumidor que somos
todos nós.
Na verdade, o bom alimento é o
melhor remédio. O consumidor, ao saborear um prato de comida, deveria voltar os
seus olhos para o campo e pensar no sacrifício do produtor rural, em geral, e
do agricultor familiar, em particular, cuja atividade é de risco, portanto,
deve ter um tratamento diferenciado e especial de forma universal.
A doutrina do Direito do
Desenvolvimento Sustentável certamente estará em constante e permanentemente em
debate no próximo século e milênio. As conferências das Nações Unidas, como a
Eco - Rio/92, bem como o trabalho agrário, inclusive o acesso à terra, a mulher
na agricultura, o associativismo e cooperativismo agrário, serão enfoques indicativos para os palestrantes
estrangeiros e nacionais, cujos trabalhos serão transformados em livros-anais
para servir de fonte de estudo e pesquisa.
Procuramos a participação de
todas as entidades públicas e privadas, vinculadas com a problemática
agrarista. Nesse sentido, estamos convidando os Srs. Vereadores de Porto
Alegre, que será a capital mundial do Direito Agrário, para participarem desse
importante evento. E aproveitamos a ocasião para também solicitarmos o apoio
desta Câmara Municipal de Vereadores para, integrando-se assim a outras
instituições públicas, assegurar o sucesso do V Congresso Mundial que, em face
à relevância do tema, ficará no história do Direito Agrário mundial. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Dr. Darcy
Zibetti a integrar a Mesa dos trabalhos.
Com a palavra a Ver. Clênia Maranhão.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores; Dr.
Darcy Zibetti que nos honra com sua presença nesta Casa, trazendo até nossa
Tribuna Popular a divulgação do Congresso Mundial de Direito Agrário. Seguramente, no mês de maio, entre os dias 19 e
22, os olhos do mundo acadêmico que trabalha com a questão do direito, as
pessoas do mundo político, que de uma forma direta ou indireta têm vinculação
com esse tema, terá os seus olhos voltados para a nossa Capital. O fato de Porto Alegre ter sido eleita a Capital que
sediará o V Congresso Mundial de Direito Agrário e a repercussão que isso vai ter
para o nosso Estado não poderia passar à margem da Câmara Municipal de Porto
Alegre.
Nesse sentido, foi com muita
honra que recebi a visita do Dr. Darcy e da sua Diretoria para que
procurássemos divulgar entre nossos pares, a realização desse evento. Eu acho
que nenhum estado é melhor do que o Rio Grande do Sul para sediar um Congresso
Mundial de Direito Agrário, pela diversidade da sua agricultura, pelo peso na
área econômica que tem o setor agrícola, pela representatividade acadêmica das
suas universidades e pela participação política da sociedade que sobre vários
ângulos tem trazido à pauta a discussão da questão agrária, da questão
agrícola, a discussão da questão da terra e a discussão de todas as questões
como uma maneira de procurarmos criar o desenvolvimento sustentável no nosso
Estado. Evidentemente que todo esse avanço de integração dos países do Mercosul
recoloca a necessidade de uma discussão teórica, política, acadêmica, sobre
esse tema. Além do que, a Comissão que organiza e as entidades que compõem a
organização do Congresso Mundial de Direito Agrário têm procurado e,
evidentemente, conseguido até esse momento, envolver os setores múltiplos nessa
discussão. Essa diversidade de posições, de entidades que já estão envolvidas
com a organização do Congresso Mundial de Direito Agrário, vai trazer à
sociedade uma quantidade de análises e informações que, seguramente, serão
subsídios fundamentais para o avanço dessa discussão, não apenas do Rio Grande
do Sul, porque ele é um evento mundial, mas seguramente com muito mais
repercussão que tiveram os Congressos anteriores - realizado na Itália e, o
último, em Centro América. Eu quero, então, recolocar a importância desse
evento e agradecer a lembrança que teve o Dr. Darcy de trazer a esta Casa essa
discussão. Eu tive o prazer de ter sido honrada, através da entidade que eu
presidia, ao compor a comissão organizadora desse evento na nossa Capital. E
tenho certeza de que a discussão da agricultura familiar, as discussões tão
modernas e importantes como a participação da mulher nesse tema vai enriquecer
muito essas tendências de análises que hoje se consolidam em nosso País e que
se consolidam, também, do ponto de vista da discussão política e técnica, em
nível mundial. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu gostaria de frisar a
importância desse acontecimento trazido pelo Dr. Darcy - conheço sua vocação
pela luta do Direito Agrário há algumas décadas. Gostaria de dizer que ele vem
em momento oportuno, quando o sistema financeiro flagela de forma cruel a
agricultura no nosso País, onde não temos políticas agrárias garantidoras dos
produtos primários. Nesse sentido, acredito que o Congresso vem num momento
extremamente importante. Cumprimento o Dr. Darcy por isso.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO
(Requerimento): Nós requeremos que as palavras da Ver. Clênia Maranhão sejam
expressão, também, da Bancada do PSDB, e contradito o Ver. Elói Guimarães
dizendo que, mesmo com problemas agrários brasileiros graves e reconhecendo as
deficiências de políticas agrícolas, este Governo está fazendo um trabalho como
nunca se fez na história da República na área do Direito Agrário.
O SR. PRESIDENTE: Meu caro Dr. Darcy, V. Sa.
pode observar que o assunto, pela manifestação da Ver. Clênia Maranhão, do
PMDB, pela manifestação da bancada do PDT através do Ver. Elói Guimarães, e
pela manifestação do Ver. Cláudio Sebenelo, tem normalmente despertado, como é
natural, na capital de um estado que tem a base na economia primária, um
interesse muito grande, inclusive pela
importância que deu à sua presença nesta Casa, para divulgar o Congresso
Mundial de Direito Agrário, a realizar-se de 19 a 22 de maio, em nosso Estado.
Quero dizer a V. Sa que o pedido formalizado pela Associação de Direito Agrário
trazido aqui pela coordenação dessa Associação, encarregada do V Congresso
Mundial, no sentido de que esta Casa se integre ao evento, na condição de
Presidente dos trabalhos, neste momento, levarei o assunto à reunião da Mesa
Diretora, na próxima quarta-feira, para ver de que forma esta Casa pode se
integrar a esse importante tema, eis que é um Congresso Jurídico, com todas as
conseqüências, como no grande debate da nulidade dos contratos, pois as
instituições financeiras, leoninamente, estabelecem cláusulas que não podem ser
cumpridas. Os tribunais brasileiros têm declarado a nulidade, muitas vezes,
desses contratos leoninos praticados pelas instituições financeiras. É preciso
que se mencione, também, a relevante questão do produtor, da produção familiar,
que resta, sem nenhum respaldo, e, de outro lado, a grave questão dos sem-terra
que, embora reconhecendo um fenômeno sociológico grave do direito de acesso à
terra, nós, como homens formados dentro do mundo jurídico, não podemos
concordar com qualquer ato de invasão que afronte a ordem jurídica e
constitucional do País. Agradecemos a sua presença e suspendemos a Sessão para
as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h49min.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn – às 14h50min): Estão reabertos os
trabalhos.
Esta Presidência quer registrar, com satisfação, a presença entre nós,
a quem convidamos para integrar a Mesa dos trabalhos, do Vereador pedetista, de
Nova Santa Rita, Daniel Lima Pereira. Dá-nos muito orgulho a sua presença nesta
Casa.
O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra em Comunicação de Líder pelo
PDT.
O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, encontram-se presentes nas galerias, na tarde desta Sessão,
honrando-nos com suas visitas a este Poder Legislativo, a maioria, senão a
totalidade dos comerciantes que ocupam, no Ortomercado Parobé, as bancas, lá
existentes, que estão em reformas e que têm trazido muita preocupação e
incomodação para esses usuários. Estão acompanhados pelo Sindicato dos
Ambulantes e Camelôs, presidido pelo Moacir, que também está presente.
Há uma série de questões que me surpreendem, como o tratamento que a
SMIC - Secretaria Municipal de Indústria e Comércio vem dando a esses pequenos comerciantes que, há muitos
anos, servem a Cidade de Porto Alegre. Eu fico surpreso, porque está sendo um
tratamento autoritário, coisa que a Administração Popular tanto combate.
Nós temos, aqui, feito pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre -
Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio um Regulamento de
Funcionamento do Hortomercado Parobé, onde diz, no seu art. 8º: "Cabe aos
licenciados constituir uma comissão de representantes com seis membros, sendo
um de cada ramo ou setor de atividades licenciadas, com mandato de doze meses,
renováveis ou não, por igual período, tendo as seguintes atribuições...".
Fica claro que dever-se-ia proporcionar-lhes a livre constituição dessa
comissão. E eles estão de posse de um outro documento, com data de 27 de março,
em que são convocados para a formação da comissão do Hortomercado Parobé,
"que será eleita em reuniões dos diferentes ramos existentes no
mesmo". Ora, evidente que controlada pela SMIC e setorizada por ramo, a
eleição não permitirá que eles participem como um todo nem que realizem uma
ampla discussão da matéria. Então, há que reformular esses meios que não são,
talvez, do conhecimento do próprio Secretário, mas sim das pessoas da SMIC que
estão envolvidas neste assunto. E também surpreendeu-me muito os alvarás que
estão sendo concedidos para os permissionários do Hortomercado, pois em todos
esses alvarás consta o ramo, e, como são
seis ramos, este alvará, por exemplo, foi dado para o ramo 03. Então, a pessoa
que tiver um alvará para o ramo 03, não poderá vender alface, por exemplo,
porque o ramo 03 é o das frutas. Isso se torna altamente prejudicial aos
usuários, porque sabe-se que são sazonais muitos dos hortifrutigranjeiros.
Então, o que vende banana, quando não tiver na exuberância da sazonalidade da
banana, ficará com a sua banca imobilizada. Acredito que a SMIC não pode, sob o
ponto de vista até climático e da sazonalidade de cada setor, obrigar, no
alvará, que a pessoa fique vinculada a uma venda tão-somente. Nunca foi assim.
Existem outras questões onde há, também, essa verticalidade autoritária, como,
por exemplo, a questão daqueles que estão ali com um guarda-pó azul-marinho
mandado fazer pela SMIC, ao custo de dez reais, onde que foi colocado:
"SMIC. Prefeitura Municipal de Porto Alegre." Ora, mas é uma
barbaridade obrigar o cidadão a pagar o guarda-pó e a fazer propaganda da
Prefeitura. Isso é ilegal. A Prefeitura poderia colocar como "Hortomercado
Parobé", mas pagar dez reais para colocar o nome da Secretaria da
Indústria e Comércio?
Tenho um recibo de R$ 140,00 de uma serralharia sobre o pagamento de uma banca que está sendo padronizada, paga por um usuário. Acontece que a SMIC está cobrando R$ 245,00 por uma banca padronizada pela SMIC. O usuário do recibo pagou quase a metade do preço por uma banca semelhante à padronizada pela SMIC. O custo da reforma, que vai ser pago por eles, chegou a R$ 67.000,00. Se fizessem uma licitação baixaria para, no mínimo, 40, 45, 50 mil reais. Não vou fazer uma afirmativa irresponsável, porque não fiz um levantamento. Mas o custo foi muito elevado.
Essas são algumas questões surgidas com a reforma do Hortomercado
Parobé. São conseqüentes e devem receber, no mínimo, uma posição do Senhor
Secretário e uma reposição com o conjunto dos usuários, para que,
democraticamente, se redirecionem questões que estão muito mal encaminhadas.
Muito Obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt solicita licença
para tratamento de interesse particular na tarde de hoje.
(Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. Antonio Hohlfeldt, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)
O Ver. José Valdir solicita licença-saúde no dia 30.03.98.
(Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. José Valdir, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO
(Requerimento): Requeiro que o pronunciamento do Ver. Nereu D'Ávila nos seja apresentado,
através das notas taquigráficas, porque queremos encaminhá-lo à nossa
Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, assim como queremos estabelecer,
com o Vereador, o diálogo necessário para a solução das questões que ele
apresentou aqui na tribuna e que
merecem de nossa parte toda a atenção. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE: Tendo em vista o disposto no
Regimento desta Casa, com a anuência do Ilustre Líder da Bancada do PDT nesta
Casa, Ver. Nereu D'Ávila, defiro o Requerimento formulado por V. Exa.
O Ver. João Dib está com a palavra, para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, todos os Vereadores aqui já me ouviram afirmar que lei deve ser
clara, precisa, concisa e respeitada. Todos aqui já me ouviram repetir que
mentir é falar contra o que se pensa para enganar. Eu considero que em um homem
o pior dos defeitos é a mentira. Em uma administração o pior dos defeitos é a
mentira. E todas as vezes que eu falei em mentira, livrei a administração da
Prefeitura, muitas vezes julgando que era incompetência. Nunca achei que
estivessem mentindo. Mas hoje, quando gastam o dinheiro do povo de Porto Alegre
para veicular nos jornais que, para a Prefeitura de Porto Alegre, cumprir a lei
não é favor, é obrigação, eu digo que essa Administração que aí está é
mentirosa. E uma administração mentirosa é a pior das coisas que pode acontecer
na política. Entendo muitas outras coisas da política, menos a mentira.
Por que essa Administração mente quando diz que, para a Prefeitura de
Porto Alegre, cumprir a lei não é favor, é obrigação? Porque não cumpre a Lei
Orgânica, no seu art. 47, que manda dar creche para os filhos de todos os
servidores de 0 a 6 anos, mas faz demagogia política conveniando com creches
particulares; porque não cumpre a Lei Orgânica que, no seu art. 19 diz que
"decorridos 28 dias do mês deve
ser encaminhado à Câmara o balancete, publicado o balancete do mês
anterior". Pois hoje estamos no dia 30, e os balancetes dos meses de
janeiro e fevereiro não foram enviados. É, portanto, uma administração que
mente. Sabe que tem que cumprir a lei, mas
não a cumpre. Portanto, mente.
Por que não cumprir o art. 125 da Lei Orgânica, que diz que, a cada 60
dias, devem ser publicados todos os gastos com publicidade, agências, enfim,
tudo o que for gasto? Pois não fazem isso! Nunca fizeram!
Aqui diz: "Ficam incluídas, nas obrigações explicitadas neste
artigo, as despesas do Poder Executivo e da Câmara Municipal com jornais
próprios, 120 mil exemplares do AGORA, boletins e outras formas de
publicidade..."
Por aí vai, mas a Prefeitura não cumpre!
Por que a Administração da Prefeitura - e agora vou usar uma expressão
suave - tomou de dentro do bolso dos municipários o dinheiro, o salário que
haviam conquistado no dia 30 de abril de 1995, levando à Justiça uma declaração
direta de inconstitucionalidade de uma Lei proposta pelo Sr. Prefeito e
aprovada, com todas as letras, com todos os pontos, com todas as vírgulas, por
esta Casa? A Prefeitura conseguiu uma liminar no dia 23 de maio de 1995,
retroagiu a liminar - isso não estava na sentença - e tomou o dinheiro dos
municipários. Portanto, não cumpriu a Lei. Em junho de 1991, também não cumpriu
a lei e agora diz que cumprir a lei não é favor, é obrigação.
E por que a Prefeitura, quando foi cassada a liminar, não cumpriu a lei
e tomou o dinheiro do municipário de dentro do seu bolso? Arrancou o dinheiro
de dentro do seu bolso!
E mais: este Vereador, ao fazer Pedidos de Informação, na forma do
artigo 94 da Lei Orgânica, que diz que a Prefeitura tem 30 dias de prazo para
responder, podendo o Prefeito pedir 15 dias de tolerância, chega a receber
resposta até 150 dias depois de feito o Pedido.
Quando eu, pela primeira vez, comentei isso, disseram que foi por
engano. Mas, hoje, eu digo: respondeu mentindo, e é a coisa mais séria, num
homem público, assinar uma mentira. Informou o Prefeito a este Vereador, no dia
22 de janeiro, que os funcionários da Carris recebiam na forma da lei que
estava em vigor. Só que a Lei, no dia 7 de dezembro de 1997, não estava em
vigor; havia concluído os seus efeitos. Portanto, essa é uma administração
mentirosa. Eu digo isso com profunda tristeza, porque tudo que eu acho de vil
num indivíduo é ser mentiroso. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. GERSON ALMEIDA
(Requerimento): Sr. Presidente, em função das inúmeras e permanentes, às vezes,
inclusive, extemporâneas manifestações, atacando, desrespeitosamente, o Poder
Público, sem nenhuma consideração, eu gostaria que fosse aberta uma comissão de
ética, na Câmara de Vereadores, para avaliar essas manifestações intempestivas
do Ver. João Dib. Faço questão disso, na medida em que, inclusive, termos
anti-regimentais têm sido usados para atacar, não só a Administração como os
Vereadores, de modo geral, da Frente Popular.
O SR. ADELI SELL
(Esclarecimento): Como Presidente da CEFOR, eu queria comunicar que o balancete de
dezembro está à disposição de todos os Vereadores na Comissão. Informo, ainda,
que recebemos uma comunicação de que, nesta semana, está chegando o balanço
geral.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, concordo com que a Comissão de Ética seja acionada, porque não
falei nada que não fosse absolutamente correto.
(Manifestações anti-regimentais.)
O SR. PRESIDENTE: Peço aos Srs. Vereadores
que não utilizem o microfone de forma anti-regimental para atacar os seus
colegas. O Ver. João Dib estava fazendo uma Comunicação de Líder e é
responsável pelo seu pronunciamento.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h11min.)
O SR. PRESIDENTE (às
15h14min):
Estão reabertos os trabalhos. Todos os requerimentos que forem dirigidos à
Mesa, eu pediria que, por favor, fossem realmente "requerimentos". Os
requerimentos que visam a chamar o nosso Código de Ética para que ele possa ser
utilizado, peço que sejam feitos por escrito na forma regimental. Todos esses
requerimentos serão analisados pela Mesa Diretora da Câmara e, não aqui, neste
momento de uma forma intempestiva.
O SR. JOÃO DIB: Eu encaminhei por escrito à
Mesa um Requerimento e desejaria que fosse lido
O SR. PRESIDENTE: Eu tenho dois requerimentos
aqui e peço, por favor, que estes requerimentos se sejam protocolados,
rapidamente, como eles devem ser. Posteriormente, nós vamos fazer uma análise
dos requerimentos e colocá-los aqui, porque todos vão vir para a nossa
discussão.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, o meu
Requerimento apenas pedia para que a Comissão de Ética analisasse o meu
pronunciamento. Não tem nada demais.
O SR. PRESIDENTE: Todos esses requerimentos,
Vereador, com relação à Comissão de Ética, vão ser protocolados na Casa e vão
ser endereçados para a nossa Mesa Diretora.
A Vera. Maria do Rosário está com a palavra, por cinco minutos.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós poderíamos usar as mesmas palavras que usou, aqui deste
tribuna, o Ver. João Dib; mas são palavras que não nos interessam, são palavras
com as quais não nos qualificamos, não nos servem. Quero dizer à Cidade de
Porto Alegre que em respeito a este Plenário, em respeito à esta Cidade nós não
usamos o mesmo tom acusatório, que eu poderia também qualificar como mentiroso,
mas que prefiro qualificar como equivocado.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que nos interessa mais do que a
atitude injuriosa deste ou daquele Vereador, é, de fato, analisarmos o que
ocorre com a Cidade de Porto Alegre e o que ocorre em relação à nossa Cidade
quando assinamos, como na última semana, um acordo com o qual fomos
ressarcidos, começamos a ser pagos, Srs. Vereadores, pelo que o Governo do
Estado do Rio Grande do Sul nos devia e nos deve.
É impressionante como se publicam páginas em jornais, como esta, em que
se fala de um acordo como um favor para a Cidade de Porto Alegre, certamente
saindo, Ver. Guilherme Barbosa, dos 69 milhões de reais que precisam ser gastos
no primeiro turno, antes das eleições, no primeiro semestre, e que aqui estão
colocando este acordo como um favor para a Cidade de Porto Alegre, um acordo em
favor de Porto Alegre.
Vejam, Sras. e Srs. Vereadores, o absurdo, porque na verdade o que se
passou nos últimos dias e nos últimos meses foi um ajuste de contas, no qual o
Município tinha muito que receber. Em torno de 24 milhões de reais era o que o
Estado nos devia por conta das multas, Ver. Clovis Ilgenfritz, que não eram
pagas e que não são pagas historicamente, num profundo desrespeito para com a
Cidade de Porto Alegre. Além disso, se formos ver os créditos que tem o DMAE em
relação ao Estado poderíamos entrar em um universo onde sequer a conta de água
das escolas, do funcionamento dos postos de saúde enquanto estiveram sob a
responsabilidade do Estado, não foram pagas numa legítima provocação em direção
ao Município. Porque o tratamento que se deu para Porto Alegre ao longo destes
últimos anos
quanto aos créditos que Porto Alegre tem em relação ao Estado é um tratamento
de profunda discriminação. Queremos saudar a resposta que a nossa Administração
Municipal colocou no dia de hoje, nos jornais, dizendo que cumprir a lei não é
favor ,e que somos zelosos, Srs. Vereadores, de que Porto Alegre não fique um
só dia sem um porto. Existem aqueles que não entendem que Porto Alegre tem
vocação, também, para ter um porto com funcionamento como porto. Nós queremos
que projetos urbanísticos, projetos culturais se desenvolvam na orla do nosso
Guaíba, mais do que tudo, mas nós queremos que o porto desta Cidade permaneça e
que seja ampliado com funcionamento econômico que ele tem e precisa ter.
Portanto, esse acordo organizado traz benefícios para Porto Alegre pela
intervenção do Poder Público Municipal, no sentido da viabilização do Cais
Navegantes - Marcílio Dias para que Porto Alegre não fique um só dia sem um
porto. É isso que nos interessa. Nós podemos usar palavras, aqui, que seriam
palavras lamentáveis jogadas nesta tribuna. É mentira, absolutamente mentira
que a Prefeitura Municipal não presta conta das suas contas a esta Casa. Aliás,
isso foi desmentido pelo Presidente da CEFOR, pois ele demonstrou,
publicamente, que a Prefeitura prestou contas, ainda em dezembro, das contas
do bimestre, no final do ano
passado.
Nós temos informações precisas de que teremos, ainda nesta semana ou
início da próxima semana, na CEFOR, que é a instância competente e da qual
participam vários Vereadores não somente o Vereador Presidente Adeli Sell...
Não adianta quererem me interromper, não adianta quererem interromper o que é a
verdade, porque a verdade não é interrompida.
O SR. PRESIDENTE: Vera. Maria do Rosário eu peço licença a V. Exa. para conceder
Questão de Ordem para o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr. Presidente, nos termos do artigo 119, da
Lei Orgânica que diz o seguinte: “O Poder Executivo publicará, até vinte e oito
dias após o encerramento de cada mês, relatório de execução orçamentária da
administração direta e indireta e da Câmara Municipal”.
Eu pergunto qual a interpretação? Se é vinte e oito de janeiro, vinte e
oito de fevereiro, vinte e oito de
março, ou se é o que disse o Presidente da Comissão de Finanças e pelo qual
estou sendo agredido na tribuna. Eu quero a interpretação da afirmação do
Presidente da Comissão de Finanças.
O SR. PRESIDENTE: Devolvo o tempo à Vera.
Maria do Rosário.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Não preciso de muito tempo
nem preciso gritar, porque não tenho inverdades a dizer. Tenho uma verdade, a
ponderação
de quem representa nesta Casa um Poder Público que é correto, que presta contas
não somente ao Ver. João Dib, não presta contas a esta Casa somente, mas o faz
porque é sua obrigação permanentemente, mas presta contas para a Cidade. É isso
que nos embala, é isso que nos move e nos apaixona, o nosso relacionamento
direto com a Cidade de Porto Alegre, através também dos Srs. Vereadores.
Portanto, Srs. Vereadores, podem ter certeza que a CEFOR tem os dados
necessários e que os Srs. Vereadores, que são zelosos com as suas presenças na
CEFOR, também têm consciência de que ali existem os dados necessários. As
gritarias, as inverdades, a falta de
ética que nós vimos anteriormente nesta tribuna, fica por conta da
responsabilidade de cada Vereador e cada um de nós é julgado pelo nosso povo.
Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Sr. Presidente, dada a informação da Liderança do PT, que merece
crédito, eu exijo que o Presidente da Comissão de Finanças traga aqui e agora
os dois balancetes, porque eu acho que o Presidente da Comissão de Finanças
está me omitindo dados, o que não é correto.
O SR. GERSON ALMEIDA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, baseado no art. 119, parágrafo 3º, do Regimento, já que
o debate está girando em torno de verdade ou não verdade, a verdade é ler todo
um artigo e não apenas parte dele. Eu vou ler então o art. 119, parágrafo 3º.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, vou apenas
lembrar V. Exa. que a Questão de Ordem deve ser concisa e objetiva. O artigo já
foi lido aqui, no plenário. Se V. Exa. relesse o artigo aqui novamente, seria
despiciendo, eu pediria que V. Exa. lesse o que falta e que V. Exa. acha que foi omitido.
O SR. GERSON ALMEIDA
(Questão de Ordem): Se V. Exa. tivesse a tolerância com este Vereador que tem com outros, é
exatamente o que eu farei. Vou ler o art. 119, parágrafo 3º. "As contas
que trata o artigo anterior, bem como o relatório anual sobre assuntos
municipais, serão encaminhados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo até
sessenta dias após o início da Sessão Legislativa, do exercício
subseqüente."
Então, a minha Questão de Ordem é só para complementar o artigo com o
parágrafo 3º.
O SR. JUAREZ PINHEIRO
(Esclarecimento): Parece que essa discussão é bastante intempestiva, e vou dizer,
objetivamente, a razão: o requerimento do Ver. João Dib para a apreciação da
interpretação desse artigo, está sendo apreciado na Comissão de Justiça e já
foi dado como Relator o Ver. Reginaldo Pujol. Informo a V. Exa.. que
terça-feira, amanhã, essa matéria será apreciada.
O SR. PRESIDENTE: Até para esclarecer a este
Plenário a respeito das informações do Executivo a esta Câmara Municipal, o que
faz parte, exatamente, da fiscalização que deve exercer o Vereador sobre as
atividades do Executivo. Eu quero dizer que estivemos com o Diretor-Presidente
da PROCEMPA, na semana passada, e o Diretor-Presidente nos pediu um prazo até o
próximo dia dez do mês que vem, a fim de nos apresentar ou apresentar ao Sr.
Prefeito Municipal a fórmula para viabilizar que o nosso sistema de
informatização possa, na verdade, cruzar-se com o sistema do Executivo, no que
concerne a contabilidade da Secretaria da Fazenda e, também, com o sistema da
Secretaria de Administração. Pelo menos são essas, primeiramente. Eu estou no
aguardo, até o dia dez vindouro, dessas providências que o Diretor da PROCEMPA
se comprometeu com este Presidente a tomar, para que possamos ter esses dados
sendo fornecidos de uma maneira mais ágil.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo
está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, depois de um incidente, até certo ponto não muito importante, entre
dois ou três Vereadores, a respeito da postura do Executivo de Porto Alegre,
evidentemente que não queremos, em absoluto, colocar mais lenha na fogueira.
Mas devemos, também, refletir sobre alguns posicionamentos que têm nos criado
problemas, que têm diminuído esta Casa como, por exemplo, o encaminhamento de
mensagem do Plano Diretor, em que há uma nítida tentativa do Executivo de hipertrofiar a sua gestão através do
planejamento e através da chamada democracia direta do Orçamento Participativo
que podemos, muitas vezes, chamar de democratismo, tendo essa representatividade
de mudar a lei, quando a lei deve passar pela Câmara Municipal e a tentativa de
esvaziamento da Câmara Municipal. Esses sentimentos associados a outros, que
outros episódios provocam, a exemplo de quando solicitaram à Justiça a
interceptação das atividades do Albergue Dias da Cruz, porque o mesmo fazia uso
de terreno para aluguel de estacionamento que lhe dava base para o pagamento
dos custos com a sua folha mensal,
sustentando a creche, a escola primária e secundária, além do albergue. O Juiz que
negou provimento ao pedido da Prefeitura
disse, no seu despacho, que o Processo não precisava ter ido para o
Judiciário, que era apenas uma
questão de compreensão e de grandeza humana do Executivo e que a solução era
totalmente administrativa, porque a Lei não se constituía num teorema
matemático exato, cartesiano, a Lei deveria ser interpretada levando-se em consideração os processos culturais e sociais, sem a rigidez
efetiva do estrito cumprimento da Lei prejudicando segmentos assistenciais de uma
sociedade. Por outro lado, temos visto
uma série de leis que não são cumpridas pelo Executivo, cito,
por exemplo, a Lei Federal nº 8689 que extinguiu o INAMPS, artigo 12, que diz que trimestralmente é
obrigatório ao gestor municipal da saúde a audiência pública que tem um ritual
para abrir as contas, essa Lei já tem cinco anos de vigência e nenhuma vez foi cumprida pelo Município que tem
obrigação de fazer isso
não só
não o fez, e agora tibiamente, fragilmente vem, a nosso convite, o
Secretário da Saúde, e ninguém está falando da reputação das pessoas, nos deu
uma impressão muito generalizada e muito vaga de problemas graves que acontecem
nas áreas da Saúde na Cidade de Porto Alegre. Pois agora, vejam por exemplo,
como o Executivo Municipal tratou o nosso Presidente, que simplesmente foi
tomar posse e foi execrado do prédio,
foi mal tratado, foi desrespeitado, e este assunto passou em brancas
nuvens pela benevolência do Sr. Presidente, que tornou um assunto grave numa
situação discreta, para não criar mais problemas de relacionamento. Eu lembro,
por exemplo, as dificuldades que a PROCEMPA está colocando, e não se iluda Sr.
Presidente, porque depois do dia dez o Senhor não vai conseguir nada em relação
a PROCEMPA. E a isso nós chamamos de um Governo que tem este tipo de problema e
cujo somatório vai desembocar sempre... vide Projeto Hermes, vide Pista de
Eventos. Vai desembocar sempre neste tipo de discussão, onde lamentavelmente,
muitas vezes, até sobrando para algumas pessoas que nada tem a ver com o
problema, ou tudo tem a ver, nós temos esses episódios desagradáveis, mas por
favor, uma das causas nós conhecemos
sobejamente e está aqui, a queda importante, a queda assustadora da
popularidade da própria Administração Popular junto a população pela postura do
seu Executivo e da sua Chefia. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para uma Comunicação de
Líder, pelo PFL, está com a palavra o Ver. Gilberto Batista.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, também achei lamentáveis os fatos que aconteceram neste Plenário
hoje à tarde.
O assunto que me traz à tribuna está relacionado ao Orçamento
Participativo. Há duas semanas, ou mais, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre
começou o debate em torno dos recursos que serão investidos nas regiões de
Porto Alegre através do Orçamento Participativo.
Na semana passada houve uma reunião no Clube Comercial Sarandi para
debater sobre os recursos do Orçamento destinados à Região Norte da Cidade de
Porto Alegre. Pelo interesse que tenho em saber onde serão investidos estes
recursos na Região Norte, não podendo ir a esta reunião, solicitei a algumas
pessoas conhecidas para participarem desta reunião e depois me passarem as
informações. E vejam as informações que recebo daquele debate: das 400 a 500
pessoas que estavam naquele local, com muita facilidade constatou-se que de 100
a 150 eram funcionários da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Nada mais
justo, sabendo-se que o horário destas reuniões é à noite e como essas reuniões
são democráticas poderiam estar lá presentes. Mas, Sr. Presidente, a gravidade
do assunto é que vários carros da Prefeitura Municipal de Porto Alegre estavam
lá estacionados. Acreditamos na informação que nos deram de que mais de 20
veículos da Prefeitura estavam lá, fazendo o quê?
(Aparte anti-regimental do Ver. Clovis Ilgenfritz.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra está com o Vereador que está na tribuna.
O SR. GILBERTO BATISTA: Ver. Clovis Ilgenfritz,
gostaria que V. Exa. me escutasse, porque estou em tempo de Liderança e não
gostaria de ser interrompido.
Gostaria de perguntar, já que o Ver. Clovis Ilgenfritz diz que são
Secretários, quantos Secretários existem na Prefeitura. São 23. Não estavam lá
todos os Secretários. O Prefeito de Porto Alegre esteve lá por exatamente
quinze minutos, falou no início da reunião e não usou o tema do Orçamento
Participativo para debater o assunto, usou o tempo para "detonar" -
conforme as pessoas que lá estavam presentes me relataram - o Governo do
Estado, o Governador Antônio Britto. Primeiro: já está sendo usado o Orçamento
Participativo em suas reuniões para atacar o Governo do Estado. Acredito que
este debate serviria para proporcionar aos moradores que lá estão
informações sobre os investimentos que serão alocados para a Zona Norte de
Porto Alegre. Em segundo plano, foram abertas 15 inscrições durante a noite,
porque todos os secretários falaram antes dos oradores. Estes falaram
posteriormente para o grupo da Prefeitura que lá estava. As pessoas não
obtiveram sequer respostas para os questionamentos levantados, como o porquê de
verbas que foram autorizadas pelo Orçamento Participativo ainda não terem sido
alocadas para determinadas regiões.
Então, Sr. Presidente, quando vêm aqui as lideranças da Administração
Popular - as quais respeito muito - falar que o Orçamento Participativo é uma
coisa revolucionária eu acho que é algo que está se tornando desgastante,
porque a população da Zona Norte foi lá para saber onde e como seriam
investidos esses recursos e o que conseguiram foram argumentações do Prefeito
Raul Pont sobre o governo Antônio
Britto, além de especulações de alguns secretários ou diretores de
Departamentos que falaram antes das pessoas. O questionamento que eu trago aqui
é: em que o Orçamento Participativo está ajudando, principalmente a Zona Norte,
de onde recebo muitos pedidos para saber por que mesmo com os recursos alocados
em 94, 95 e 96 ainda não foram feitas essas obras. A gente gostaria de
perguntar a alguns diretores de Departamentos, quando serão feitas essas obras
que aquela população necessita. Eu acho justo que uma região com mais de 80 mil
eleitores em Porto Alegre seja beneficiada com alguma parcela do Orçamento
Participativo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, durante os meses de janeiro e
fevereiro ocupamos esta tribuna inúmeras vezes para fazermos uma campanha
relativa aos preços dos combustíveis no Litoral e também em Porto Alegre. E na
semana passada, mais especificamente na quinta-feira, o Presidente do Sindicato
do Comércio Varejista de Combustíveis do Rio Grande do Sul fez uma série de
denúncias colocando os postos de combustíveis sob suspeita.
Inclusive, tomo a liberdade de
ler o que foi publicado no "Correio do Povo" do dia 26 de março:
"O consumidor deve ter muito cuidado com a gasolina barata ao preço de,
por exemplo, R$ 0 ,699 o litro. O alerta é do Presidente do Sindicato do
Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul, Sr.
Antônio Goidanich. ‘Combustível com este valor, só se houver mágica, pois a
margem de lucro que oferece ao dono do posto é de ínfimos R$ 0,02’, diz o
empresário. A mágica que vai para o tanque do automóvel, segundo ele, pode ser
solvente de borracha ou hexana, um produto aromático do setor petroquímico,
vendido, tal como o solvente, a cerca de R$ 0,20 o litro."
A nossa preocupação é que,
durante todo esse período, procuramos incentivar a população de Porto Alegre
para abastecerem naqueles postos que, realmente, ofereciam o preço mais
acessível e, agora, todos esses postos estão sob suspeita.
Primeiramente, achamos gravíssima
a denúncia do Presidente do Sindicato de Comércio Varejista de Combustíveis e
Lubrificantes do Rio Grande do Sul, Sr. Antônio Goidanich, que coloca sob
suspeita a adição de solvente de borracha ou hexana na gasolina. Gostaria de
solidarizar-me com o Presidente, pois adulterar o produto é crime, e espero que
o INMETRO agilize, o quanto antes, o convênio com o Departamento Nacional de
Combustíveis para que seja feita a análise química da gasolina. Acho que isso é
muito importante, pois, nesta ocasião que os preços começaram, realmente, a
baixar, coloca-se todos os postos sob suspeita. E a melhor maneira de verificar
isso é fazer, realmente, uma análise química e, daí, podermos voltar à Tribuna
e dizer para a população quais são os postos que têm problemas e esses deverão
ser multados ou fechados o quanto antes.
Por isso, somos solidários ao que
fala o Sindicato, mas ao mesmo tempo
cobramos, o quanto antes este convênio, e que seja feita a análise
desses postos de combustíveis, porque, de uma hora para outra, existe esta
possibilidade: os donos de postos que estão sendo mais sensíveis, com preços
mais adequados à realidade da população estão, hoje, sob à suspeita de terem adulterado os seus produtos.
Queremos, sim, preços
compatíveis, mas com produto de qualidade. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
1ª SESSÃO
PROC. 0871/98 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/98, que cria o
Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério no Município
de Porto Alegre, na forma prevista no art. 4º, inciso IV, e §§ 3º e 4º da Lei
Federal nº 9424, de 24 de dezembro de 1996.
2ª SESSÃO
PROC. 0951/98
- PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 004/98, de autoria da Comissão de Economia,
Finanças e Orçamento, que aprova as contas da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, referentes ao exercício de 1993.
PROC. 0742/98 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/98, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que denomina
“Passarela Corpa (Clube dos Corredores de Rua de Porto Alegre) dos Campeões” a
elevada localizada na Avenida Goethe, no Bairro Moinhos de Vento.
PROC. 0778/98 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 025/98, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina
Rua Rômulo Telles Pessôa um logradouro localizado no Bairro Petrópolis.
3ª SESSÃO
PROC. 3760/97 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 214/97, de autoria do Ver. Antônio Losada, que denomina
Rua Flávio Ruberti um logradouro público localizado no Bairro Nonoai.
PROC. 0727/98 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/98, de autoria do Ver. Paulo Brum, que institui, no
Município de Porto Alegre, o transporte social gratuito exclusivo para a
reabilitação de pessoas portadoras de deficiência física com difícil locomoção
e dá outras providências.
PROC. 0711/98 - PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 008/98, de autoria do Ver. João Dib, que concede o “Troféu Destaque Mário
Quintana” ao Senhor Jorge Alberto Mendes Ribeiro.
PROC. 0738/98 - PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 009/98, de autoria do Ver. João Dib, que concede ao professor Joaquim
Blessmann o Prêmio de Ciência e Tecnologia “Mário Schenberg”.
PROC. 751/98 - PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 010/98, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede à professora Lurdes
Maria Bolognesi Peretti o Prêmio de Educação “Thereza Noronha”.
4ª SESSÃO
PROC. 0587/98 - PROJETO
DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/98, de autoria da Vera. Clênia Maranhão, que dá nova
redação aos “caput” dos artigos 17 e 61 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre.
PROC. 0750/98 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/98, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que altera o
inciso VI do § 2º do art. 48 da Lei nº 8.133, de 12 de janeiro de 1998, que
dispõe sobre o Sistema de Transporte e Circulação no Município de Porto Alegre,
adequando a legislação municipal à federal, em especial ao Código de Trânsito
Brasileiro, e dá outras providências.
PROC. 0912/98 - PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 015/98, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei municipal nº 5811, de 8
de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema Classificado de Cargos e Funções
da Câmara Municipal de Porto Alegre, modificando a habilitação funcional, nos
requisitos para o recrutamento, dos cargos efetivos de Jornalista Repórter,
Jornalista Radialista e Auxiliar de Serviços Médicos, e dá outras providências.
5ª SESSÃO
PROC. 1612/96 - PROJETO
DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera
dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (substituição do
Prefeito)
PROC. 1003/96 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que estabelece
área de desembarque livre noturno de passageiros, no serviço de transporte
coletivo, por ônibus, no Município. Com
Emenda nº 01.
PROC. 2094/96 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 127/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que autoriza os
permissionários do serviço de táxi a instalarem cabines protetoras nos pontos
fixos do Município. Com Emendas nºs 01 e
02.
PROC. 0606/98 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/98, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que inclui a
Festa de Santo Antônio no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.
PROC. 0652/98 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/98, de autoria do Ver. José Valdir, que institui a
Semana Gildo de Freitas do Trovador, no Município de Porto Alegre.
6ª SESSÃO
PROC. 0504/98 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 009/98, de autoria do Ver. Antônio Losada, que modifica
Lei nº 6215/88, que dispõe sobre adoção de escolas de 1º Grau por empresas ou
pessoas físicas e dá outras providências. Com
Emenda nº 01.
PROC. 0524/98 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/98, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que impede a
instalação de bancas de artesãos, ou qualquer exploração comercial, nos
passeios do Parque Farroupilha.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães.
Ausente. Vera. Clênia Maranhão. Ausente. Ver. Fernando Záchia. Ausente. O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A Pauta de hoje me faz lembrar um
antigo radialista esportivo que diz que Deus não joga, mas fiscaliza.
Pois esse homem, que marcou a radiofonia do Rio Grande do Sul com a
perfeição da sua narração, da sua voz adequada para a microfonia dos
espetáculos, os quais, ele narrou quase todos, inclusive lutas de boxe, um dia,
depois de marcar a sociedade, com um estilo absolutamente competente, passou a
político.
Como político, foi uma das grandes revelações, não só por uma votação
esmagadora no Congresso Nacional, mas também, com uma vocação política
indesmentível, nesta Câmara Municipal que, então, não se situava aqui, neste lado aterrado da Cidade, mas lá
em cima, nos altos da Prefeitura nova.
Pois esse Vereador, ao protestar contra a violência do sistema à Câmara
Municipal, ele, pela UDN, pediu demissão, não se permitindo à violência de
então.
Esse mesmo radialista esportivo, famoso, político competente, passou a
ser professor universitário e, com a mesma didática que a radiofonia lhe
exigia, passou a ensinar Direito, uma das suas especialidades.
Hoje, como jornalista, ele, diariamente, tem a obrigação de acertar,
fazendo crônicas brilhantes, mensagens de fé, de talento político, de postura
tão rara como homem público e como radialista, como ser humano ao qual a
população de Porto Alegre está plenamente identificada com sua linha fácil e
entrelinhas mais ricas ainda. Refiro-me à felicidade do projeto do Ver. João
Dib, em homenagear esta figura magnífica de Jorge Alberto Mendes Ribeiro.
Quero, por fim, congratular-me com o Ver. Juarez Pinheiro que propõe a
inclusão da Festa de Santo Antônio no calendário oficial. Este Santo Antônio
cuja devoção tem origem nas nossas raízes açorianas.
O Convento de Santo Antônio, o nosso santo casamenteiro, talvez, com
esta feliz iniciativa do Ver. Juarez Pinheiro, se reconcilie e refaça este
casamento que agora se mantém num divórcio intransponível entre a Administração
Municipal e o povo de Porto Alegre. Santo Antônio vai refazer este casamento,
pois o que se vê, até hoje, é um amplo divórcio entre a Administração que
atualmente ocupa o Paço Municipal e os interesses do povo de Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Solicitaria a V. Exa., já que hoje pela manhã vi duas senhoras quase
quebrarem um pé, pois o piso do andar térreo está quase todo deteriorado, que providenciasse o reparado do piso.
O SR. PRESIDENTE: O piso do andar térreo teve
uma avaria na última reunião do Orçamento Participativo, pois foram colocadas
aquelas camas elásticas que danificaram o piso. No momento certo, vamos mandar
fazer o reparo no piso.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, na Pauta, hoje, para discussão preliminar em Segunda Sessão,
Projeto de Resolução nº 10/98, no qual propomos que a Câmara de Vereadores
conceda a Profa. Lurdes Maria Bolognesi
Peretti o Prêmio de Educação Teresa Noronha. Já fomos alertados, Sr.
Presidente, pelo Ver. João Dib que esse projeto vai encontrar algumas
dificuldades regimentais. Essas dificuldades se darão na proporção de que tendo
o Ver. João Dib na Legislatura passada apresentado um projeto concedendo
idêntica honraria a um ilustre educador porto-alegrense, esse projeto não foi
votado no ano passado e desarquivado no início deste ano Legislativo ganhou a primazia
na ordem do protocolo na Casa, o que prejudica o andamento desse projeto. É uma
situação, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que eu me deparo há alguns anos, e
que precisamos examinar com a devida tranqüilidade, porque nos termos em que
está redigido esse Projeto de Resolução que instituiu o Prêmio Teresa Noronha,
corremos o risco de ver impossibilitada, a partir de agora, a apresentação de
novos projetos de resolução nesta legislatura, na medida em que aqueles
projetos que vão entrando e não são examinados naquele ano ganham de antemão a
preferência nos anos subseqüentes e, naturalmente, é um óbice ao ingresso de
qualquer nova matéria na Casa tratando sobre esse assunto. Por isso estou me
referindo a esse projeto, porque estamos cogitando, com outros Vereadores, de
reescrever a resolução nesse sentido, retirando esse verdadeiro engessamento de
que ela é portadora no dia de hoje. E
não o fazemos de forma a banalizar esse título, mas sim no sentido de
flexibilizar a sua concessão, não restringindo pela sua redação atual a
redução, restringe a quatro personalidades por período legislativo. Em nosso
entendimento, pouco, e, naturalmente, com os cuidados devidos, socorrendo-nos
de companheiros desta Casa, como o Ver. Elói Guimarães, nosso atento ouvinte nesta
hora e Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, nós vamos promover os
enquadramentos que o bom senso esteja a indicar nessa hora. De outra ponta, Sr.
Presidente, temos hoje, no segundo dia de Pauta, um projeto do citado Ver. Elói
Guimarães que trata do estabelecimento da área de desembarque livre noturno de
passageiros, no serviço de transporte coletivo, por ônibus, no Município. É uma
matéria sobre a qual a Casa tem que refletir com muita serenidade, porque há
alguns óbices de cunho legal, levantados em torno do assunto, que merecem ser
suplantados porque, indiscutivelmente, é um transtorno que a Cidade passa nos
dias presentes, um risco que o cidadão passa nos dias atuais, uma situação de
aflição que é vivenciada pela Cidade, que é a utilização de veículos de
aluguel, ou transporte especial de passageiros, que é serviço de táxi, com a
legislação que hoje está existindo. Também é, nesse caso, uma legislação que
engessa, e a lei que está propondo o Ver. Elói Guimarães flexibiliza, o que
parece ser uma salutar moda de tirar aquele caráter extremamente impositivo que
tinha a maioria das leis vigorando neste País, transformando a opção do cidadão
de ser ou o transgressor da lei ou um escravo indefeso dessa lei. Por isso,
quero, neste meu comentário, consultar a Casa para que examine com maior apreço
e com maior profundidade esse caso. Faço esse registro na certeza de que esse é
o momento para que possamos fazer esses alertamentos preliminares como, aliás,
determina o Regimento da Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antônio Losada está com a palavra, para discutir a Pauta.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, corre, na 2a. Sessão de Pauta, o Processo 3760/97 - Projeto de Lei
do Legislativo nº 214/97, que denomina a rua Flávio Ruberti um logradouro
público, localizado no Bairro Nonoai. Eu quero destacar essa homenagem que
prestamos a Flávio Ruberti, que teve um passamento trágico. Flávio Ruberti foi
funcionário do Banco do Brasil, advogado, ex-presidente da Cooperativa dos
Funcionários Bancários, líder sindical no Sindicato dos Bancários em Porto
Alegre, com uma destacadíssima atuação, dando o melhor de si para a organização
daquela categoria e para a organização da entidade sindical a qual ele contribuiu,
de maneira significativa, para que essa categoria alcançasse um nível de
organização, de mobilização e luta em favor dos bancários e dos trabalhadores
de um modo geral. Flávio Ruberti doou toda sua vida à solidariedade aos
trabalhadores, contribuiu para a fundação da CUT e do Partido dos
Trabalhadores. Ele nunca teve destaque na grande imprensa, mas trabalhava na
base do movimento sindical, na construção efetiva da organização dos
trabalhadores bancários. Portanto, nós não podíamos deixar de prestar essa
homenagem a esse jovem que desapareceu
muito cedo, de uma forma trágica. Ele deixou indelével o seu nome no coração de
todos os bancários e de todos os trabalhadores que lutam em favor da melhoria
dessa classe tão sofrida. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel
está com a palavra. Desiste. Ver.
Guilherme Barbosa. Ausente. O Ver. Gilberto Batista está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, ocupo esta tribuna, em período de Pauta, para discutir o Projeto de
Lei do Legislativo nº 020/98, de autoria do eminente e jovem Ver. Paulo Brum,
que institui, no Município de Porto Alegre, o transporte social gratuito
exclusivo para a reabilitação de pessoas portadoras de deficiência física com
difícil locomoção e dá outras providências.
Infelizmente, o Ver. Paulo Brum não está no plenário neste momento, mas
quero deixar registrado, nos Anais da Casa, sobre essa brilhante idéia do
Vereador de colocar esse Projeto em Pauta, por um motivo muito lógico: o enorme
número de acidentes que ocorrem nesta Cidade e de inúmeras pessoas que ficam
com deficiências pelo resto de suas vidas.
Como acidentes de trânsito não escolhem classe social - pode ser rico,
pobre ou da classe média -, quando atingem a classe menos privilegiada esta
encontra uma série de dificuldades de locomoção para consultas, para a
reabilitação, propriamente dita, daquele fato ocorrido na sua vida. Esse
projeto visa proteger, através de uma locomoção exclusiva e gratuita, os que,
por qualquer acidente, não tenham condições de se locomover até os centros de
reabilitação. E sabe-se que nesta Capital e em todo o Estado são inúmeros os
acidentados sem condições de locomoção para se tratarem, para se reabilitarem.
Acredito que este Projeto sensibilizará os Srs. Vereadores, que deverão
aprová-lo, garantindo essa prestação de serviço gratuito a esses acidentados.
Quero parabenizar o Ver. Paulo Brum por ter feito essa proposição. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está
com a palavra. Ausente. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Gostaria de destacar o
Projeto de Lei Complementar do Executivo que cria o Conselho Municipal de
Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do
Ensino Fundamental e Valorização do Magistério no Município de Porto Alegre.
Destaco esse Projeto que visa regulamentar orientação federal e estadual. Porto
Alegre, em dez anos de Administração Popular, está construindo um perfil de
escola cidadã, de escola com participação comunitária, na construção do
conteúdo que perpassa a relação ensino - aprendizado. Esse projeto vem
concretizar o que chamamos de discussão de controle social, o controle social
que a população deve ter em relação às
políticas públicas. Vimos, na semana passada, uma mobilização do CPERS -
SINDICATO em relação à total desestruturação do sistema de ensino estadual. Nós,
Vereadores, representantes desta Cidade, no contato que temos com as
comunidades, estamos, em Porto Alegre, acompanhando o total abandono das
escolas estaduais. Deixo registrado nos anais para que Vereadores que apóiam o
Governo Federal possam passar para a Secretária de Educação Estadual - eu já
tentei fazer isso, mas não fui atendido - para que seja feita visita em algumas
escolas do Município de Porto Alegre, como, por exemplo, a escola Léa Rosa, no
Jardim do Salso. Essa escola está totalmente abandonada, sucateada, seus
pavilhões estão totalmente destruídos. Digo isso porque há que se valorizar
muito o ensino fundamental. Para se colocar em prática o que a LDB coloca -
prioridade para o ensino fundamental - há necessidade de se discutir toda a
reestruturação da rede das escolas do Estado. No Município de Porto Alegre a
grande maioria está sucateada.
Outra questão de que trata esse projeto sobre a criação desse Conselho,
é a questão da valorização do magistério. Anos atrás, ouvimos uma entrevista de
um estudante de 2º grau dizendo que tinha grande vontade de ser educador. Hoje,
a procura para ser educador é muito pouca, porque há uma desvalorização desse
profissional. O educador cada vez recebe menos salário, cada vez é mais
desprestigiado pelas autoridades públicas. Vimos isso no ano passado, na
relação que o Governo do Estado, a Secretaria Estadual de Educação teve com o
CPERS - Sindicato. Portanto, registro que a criação desse Conselho no Município
de Porto Alegre é mais um passo positivo para construção da escola cidadã, da
escola que, de fato, cria um cidadão consciente que vai colaborar para a
construção de uma sociedade justa e fraterna. É essa escola que queremos ver,
não só no Município de Porto Alegre, mas em todo o Estado do Rio Grande do Sul
e no Brasil, uma escola que construa cidadãos conscientes de suas tarefas,
direitos e responsabilidades. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, procuro sempre ser um bom Vereador, e não há nada de excepcional,
porque todos nós temos o dever de procurar ser bons Vereadores, mas o fato de
tentar ser um bom Vereador tem-me
trazido reiteradas agressões, porque a toda questão que levanto nesta
tribuna, respondem-me com agressões, levando-me até a irritação, que não é bem
do meu estilo, mas eu gostaria sempre de ser respondido da mesma forma que
faço. Não tenho facções; não sou faccioso. Fiz, aqui, a análise da aprovação
das contas do Prefeito Tarso Genro, no ano de 1993, e não sou diferente do
Tribunal de Contas, que optou pela aprovação, fiz a mesma coisa, mas não
significa, em absoluto, que aprovadas pelo Tribunal de Contas, as contas da
Prefeitura devam ser aprovadas por esta Casa
- e recomendo a aprovação. Eu fiz sempre entendendo que não usavam de
má-fé, que era sempre falta de conhecimento, falta de competência, mas nunca
por má-fé. Vejo, por exemplo - inclusive alertei, aqui, no meu Parecer - a
crescente demanda de serviços de terceiros pela Prefeitura. É claro que o
Tribunal de Contas não falou, e não teve conhecimento, por certo, das
cartas-contrato, que são absolutamente ilegais. Ainda na semana que passou eu
fui procurado por alguém que passou num concurso para medicina, como otorrino.
Há cartas-contrato contratando otorrino, mas não chamaram o concursado, talvez
por alguma coisa que agora está aqui esclarecida no relatório.
A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Sobre esse tema que V. Exa. trata neste período de Pauta, quero dizer
que só existem cartas-contrato na Prefeitura Municipal de Porto Alegre para
funções para as quais não existem concursados. E mesmo para cartas-contrato
existem critérios para a convocação.
O SR. JOÃO DIB: Isso diz V. Exa., mas não
corresponde à realidade, porque eu acompanho. Não tenho nada para fazer, até
porque não sou candidato a coisa nenhuma. Sou candidato a ser um bom Vereador.
Então, eu leio o jornal todos os dias. Sei, por exemplo, que não mandaram as
contas na forma da lei. Eu leio. São milhares de cartas-contrato.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. me permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu solicito apenas o nome desse otorrino,
porque a Secretaria da Saúde, quando chama,
sempre observa a ordem de classificação nos concursos.
O SR. JOÃO DIB: Farei isso. Mas é só olhar
no Diário Oficial do Município, que lá estão os nomes dos que foram chamados.
Um deles foi na semana passada.
O Tribunal de Contas alerta para que, na forma do preceito constitucional,
art. 212 da Constituição, o Município não aplicou 20% da receita de impostos em
educação. É um pouco mais grave. Mas o Tribunal aceitou, e eu não posso fazer
diferente. Eu não sou o Tribunal, não sou o dono da verdade. Então, eu vou
aceitar. Na verdade, aplicaram 21%. Mas o artigo da Lei Orgânica, que é o que
vale para o Município, diz que não é 25.
Vinte e cinco é o mínimo determinado pela Constituição Federal. A
Constituição Federal diz isso, e a Lei Orgânica diz 30%. É claro que há uma série
de decretos abrindo créditos suplementares e indicando receitas que não se
realizaram. Mas claro que não foi por má fé. Evidentemente que não foi! Não foi
por equívoco. Mas é bom saber que a gente também estuda, que a gente também lê.
Mas, como eu disse: se o Tribunal de Contas aprovou as contas do Sr.
Tarso Genro, quem sou eu para discutir com o Tribunal de Contas? Eles sabem
muito mais do que eu, são muito mais preparados do que eu. Agora, eu devo
dizer, Ver. Pedro Américo Leal, que é difícil a gente dizer a verdade na
tribuna sem ser agredido. E a agressão é uma coisa que dói, quando ela é
injusta. Quando nos agridem com razão, quando nos apedrejam com razão, está
tudo muito bem. Mas, apedrejado com a razão, é muito difícil de entender. Mas é
claro que eu vou votar, no momento da votação, como fiz no Parecer da Comissão
de Finanças, que foi aprovado por unanimidade,
favoravelmente à aprovação das contas do Prefeito Tarso Genro e vou
esperar que o Presidente da minha Comissão me entregue - para que eu não venha
aqui fazer agressões e não ser agredido por falar a verdade, porque a verdade,
para alguns, é agressão - as contas dos meses de janeiro e fevereiro que a Lei
Orgânica diz que deveriam aqui estar, para que eu possa, Sr. Presidente, no
momento em que as contas vierem do Tribunal de Contas, estar mais documentado
para aprová-las ou rejeitá-las. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Tereza Franco está
com a palavra, para uma Comunicação de Líder.
A SRA. TEREZA FRANCO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Retorno à tribuna para lembrar o atual Sr. Secretário Municipal dos
Transportes da urgência da construção de uma sinaleira na Sepé Tiaraju, em
frente à Escola João XXIII.
Esta pequena obra é de muita urgência e utilidade para centenas de
crianças e também para os seus familiares que, diariamente, são obrigados a
atravessar essas ruas, no cruzamento, junto ao perigo. É importante salientar
que além do Colégio João XXIII há o Colégio Brigadeiro Silva Paes, que também
se socorrerá dessa pequena obra, que zelará pela vida de tantas crianças e dará
tranqüilidade a suas famílias.
É importante frisar que o pagamento de mais de 20 milhões por parte do
Governo do Estado, pode ajudar a fazer
essa pequena obra.
Agradeço a todos e, em especial, ao Sr. Secretário, se me ajudar. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. GILBERTO BATISTA
(Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro a V.Exa. que seja invertida a ordem de
discussão e votação dos Projetos da Ordem do Dia para que votemos os Vetos das
páginas 12, 10 e 13 – PLL nº 089/97, PLCL nº 006/97 e PLCL nº 019/97,
respectivamente - inicialmente, depois
seguindo a ordem normal.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Gilberto Batista, V.
Exa. mantém o seu Requerimento?
O SR. GILBERTO BATISTA: Sim, Sr. Presidente.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, requeiro
que o PLL nº 47/97 seja apreciado por último. Aí nós ficaríamos na ordem
normal, ou seja, PLCL nº 006/97 e PLL nº 089/97.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Henrique Fontana, existe um Requerimento que precede ao de V.
Exa e que tenho que colocar em votação, que é o Requerimento do Ver. Gilberto
Batista.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Estamos sugerindo uma
composição para que fique apenas um Requerimento.
O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, existe,
apenas, um consenso parcial, que é a votação do Projeto nº 047/97 em último
lugar entre os vetos. Esse é consenso,
houve um consenso parcial. Quanto aos demais, ainda está ocorrendo alguma
negociação.
O SR. PRESIDENTE: Vamos colocar em votação
esse que é consenso. Em votação o Requerimento do Ver. Henrique Fontana.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação Requerimento do Ver. Gilberto Batista para votação em
primeiro lugar do PLL nº 089/97 e dos PLCL nº 06 e 19/97. O Ver. Adeli Sell
está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, na sexta-feira, iniciamos a
discussão do PLL nº 009/98, e o debate deve continuar, portanto, nesta ordem: o
PLL nº 009/98, o PLL nº 089/97 e os das folhas seguintes, porque, sobre o PLL
nº 047/97, houve consenso para passar para o final.
Portanto, não é de nossa responsabilidade que, no momento em que
discutimos o PLCL nº 006/97 alguns Vereadores tenham abandonado o Plenário. Nós
sabemos das responsabilidades, das funções, do trabalho de cada Vereador aqui
dentro. No entanto, não podemos agora
parar esse processo do Ver. Antonio Hohlfeldt,
cuja discussão já estava em curso, porque, sem dúvida nenhuma, é um dos
mais importantes Projetos que temos na pauta dos Vetos. Por isso, estamos
insistindo em que não há acordo acerca da posição do Ver. Gilberto Batista que
propõe outro tipo de procedimento.
A nossa proposta é que se mantenha a ordem que está no espelho; se o
Veto Total ao PLL nº 047/97 foi passado para o final, mantenham-se todos os
outros na mesma ordem.
Apelamos aos Srs. Vereadores que têm posição diferente em relação ao
PLL nº 006/97 que venham fazer o debate conosco, pois já utilizei, na
sexta-feira, o tempo para discutir esse Projeto.
É um belo debate, é uma discussão importantíssima, Ver. Cláudio
Sebenelo. Por isso, apelamos a V. Exa. e aos demais Vereadores, para que
façamos o debate na ordem em que está. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, por
solicitação do Ver. Henrique Fontana. (Após a chamada.) REJEITADO por 13 votos SIM,
14 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 0908/97 - VETO TOTAL
ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 006/97, de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que estatui normas para a elaboração e controle dos Planos
Plurianuais, das Diretrizes Orçamentárias, dos Orçamentos Anuais e Balanços da
Administração Direta e Indireta do Município de Porto Alegre.
- da CCJ. Relator Ver.
Juarez Pinheiro: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, maioria absoluta de votos
favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- discutiu a matéria o Vereador A. Sell.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita
o Projeto, aceita o Veto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº
006/97.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ
(Esclarecimento): A reunião plenária de sexta-feira havia encerrado com algumas
inscrições já feitas para a discussão deste Projeto, que foram garantidos em
função de que não usaram a palavra os inscritos, porque faltou quórum.
A minha inscrição tenho certeza de que estava feita, mas posso me
inscrever logo a seguir.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. faria esta
gentileza, Ver. Clovis Ilgenfritz, até porque a nossa Diretoria Legislativa não
tem anotações dos Vereadores inscritos. Agradeço V. Exa.
O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/97.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ao analisar detidamente o Veto Total ao Projeto de Lei Complementar nº 006/97, de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que institui normas para elaboração e controles dos Planos
Plurianuais das Diretrizes Orçamentária, constatamos que, ao contrário do
alegado pelo Sr. Prefeito Municipal, não existe vício de inconstitucionalidade
pelos seguintes motivos: primeiro, já existe lei complementar federal,
regulando a matéria, é a Lei Nº 4320/64, que foi recepcionada pela Constituição de 67 como Lei
Complementar, a exemplo do que ocorreu com o Código Tributário Nacional, também
considerado Lei Complementar.
Segundo: o art. 30, Inciso II, da Constituição Federal, diz que
"compete aos municípios suplementar a legislação federal e estadual no que
couber". Como já referimos, a Lei Federal é a de nº 4320/64, e a Estadual
é a de nº 10336, de 28 de dezembro de 1994.
Terceiro: não há vício de iniciativa, já que a ação da Câmara Municipal
está embasada no art. 56, Inciso II, da Lei Orgânica, que diz que "os
assuntos de competência do Município, sobre os quais cabe à Câmara Municipal
dispor com a sanção do Prefeito, são especialmente: matéria orçamentária, plano
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito e
dívida pública".
Quanto ao mérito, ele é evidente, notório e incontestável, tanto que o
Executivo Municipal, em situação alguma, negou, pois sequer alinhou, em suas
justificativas de veto, o interesse público. Por isso, somos contrários ao Veto
do Sr. Prefeito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz
está com a palavra para discutir.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, sou daqueles que entendem que esse Projeto não colabora no sentido
das melhores intenções do Ver. Antônio Holfeldt, porque, além das questões
sobre a inconstitucionalidade, que estão muito claras - e me permito discordar
do Ver. Carlos Garcia - na Exposição de Motivos que pede o Veto Total ao
Projeto não existe a lei complementar regulamentando esse processo. Existe uma
confusão muito grande no que o Ver. Antonio Hohlfeldt faz, pois ele confunde, no
nosso entender, o Plano Plurianual com Orçamento Plurianual. O Plano
Plurianual, que nós votamos depois de muita discussão, trata das diretrizes
fundamentais num plano plurianual de investimentos, mas não de um orçamento
plurianual, porque isso seria impossível. O orçamento é anual e precisa ser
tratado dessa forma, até porque pode sofrer mudanças e até para cumprir as
metas do Plano Plurianual. Nós nos sentimos à vontade para dizer que, nesse
sentido, há uma exacerbação, há uma invasão da Câmara em questões que não lhe
competem, que seriam atribuições do Executivo caso existisse a Lei Complementar
à Constituição, que não foi confirmada até esta dada, pois, desde 88, o
Congresso Nacional não produziu a legislação complementar a questões
fundamentais como essa.
Então, estamos sugerindo aos Srs. Vereadores que aceitem o Veto Total
aposto pelo Executivo Municipal e que as preocupações do Ver. Antonio Hohlfeldt
sejam atendidas no projeto de orçamento, o que seria válido desde que ele nos
convencesse de seus argumentos. Mas, neste caso, estamos propondo a este
Plenário que mantenha o Veto em função da dupla inconstitucionalidade e da
confusão que se faz entre Plano Plurianual e orçamentos anuais, ou
transformando o Plano Plurianual num orçamento plurianual, o que é
impraticável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
discutir.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, as razões
do Veto do Inciso II do artigo 24 da Constituição Federal foram respondidas
pela Lei nº 4320/64, pelo Inciso II do artigo 30 da Constituição Federal e pela
Lei Estadual º 10303 já referidas pela intervenção do Ver. Carlos Garcia. Cabe
referir que a redação final aprovada pela Câmara de Vereadores, por uma
questão, talvez, de datilografia ou até por ato falho, chamou o Orçamento Anual
de Orçamento Plurianual, ou seja, o Plano é plurianual e o Orçamento é anual. E
isso ficou como desculpa, invalidando um Projeto.
O argumento foi o seguinte:
"...tanto sob a ótica da Constituição Federal como da Lei Orgânica, foi
amplamente discutido com a população de Porto Alegre, através do Orçamento
Participativo." Ou seja, aqui na Câmara não pode; se fosse no Orçamento
Participativo talvez pudesse. "As obras de caráter plurianual foram
apontadas e programadas, e projetos de execução anual foram elencados nas
diretrizes e objetivos, sendo que as execuções, prioritariamente ditas,
dependem das discussões e decisões de prioridade do Orçamento Participativo
anual. "
Então, fica bem claro que há uma
concorrência entre o direito de fazer lei na Câmara Municipal e no Orçamento
Participativo; com a inserção do Orçamento Participativo, por enquanto esse
direito de fazer lei não existe. Por outro lado, se examinarmos bem o Projeto
de Lei, existem algumas coisas que são muito interessantes. As razões do aspecto legal, já contraditadas
amplamente pelo Ver. Carlos Garcia, dizem: "Sessenta dias após o início da
Sessão Legislativa, as contas do Município relativas aos balanços das
administrações direta e indireta, bem como o relatório anual, nos termos do
artigo 119, o Poder Legislativo deverá ter acesso, por teleprocessamento, às
informações sobre a evolução da dívida pública e sobre a execução dos
orçamentos referidos no artigo 19 desta Lei." E esse é um problema. Nós sabemos que somente no dia 10, o
Presidente da PROCEMPA vai nos dar uma solução final àquela proposta da Câmara
Municipal de que os Vereadores tivessem acesso ao orçamento, às despesas e às
receitas do Município diretamente da PROCEMPA. Então, era só digitar do
gabinete do Vereador e ter-se-ia esclarecido o lançamento, a receita e o gasto
de verbas municipais.
Ora, as dificuldades apostas a esse pedido do Legislativo Municipal são
tantas e tamanhas que esse texto muito
provavelmente não seja aceito e, sim, vetado, exatamente por isso. Aí,
entenderei o que está havendo. Esse Veto é injusto, porque não há
inconstitucionalidade. São três dispositivos legais: um municipal, um estadual
e outro federal, que, se olhados sob o aspecto enfocado pelo autor do Projeto,
são plenamente cabíveis. Por outro lado, explora-se um ato falho ou um erro de
datilografia, que, eventualmente, pode ocorrer, para invalidar todo um Projeto
que pede muito mais presteza, muito mais acesso às informações, dando maior
transparência - coisa tão alardeada
pela Administração Municipal - que eu não vejo por que vetar.
Por isso, é indispensável que a maioria desta Câmara derrube o Veto
e vote a favor do Projeto por
todos os motivos já expostos e por ser de justiça também. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana se
inscreve e cede seu tempo ao Ver. Adeli Sell, que está com a palavra para
discutir o PLCL nº 006/97.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, esse é um tema, de fato, empolgante para discutir. Seja aqui, numa
segunda-feira à tarde, numa Sessão a que, parece, alguns Vereadores não estão
dando nenhuma importância - mas tenho certeza de que, posteriormente talvez,
pedirão as notas taquigráficas ou vão ler a matéria que se divulga na imprensa
- como nas reuniões, que ocorrem de segunda a
quinta-feira, do Orçamento Participativo.
Eu gostaria que essa proposta do Ver. Antonio Hohlfeldt pudesse
circular, que ele tivesse a determinação de fazer um material e discuti-lo nas
reuniões do Orçamento Participativo.
Aí, nós teríamos, sem dúvida nenhuma, um grande debate.
Eu pensava que o Ver. Antonio Hohlfeldt fizesse um projeto que tivesse
a preocupação de fazer um pouco daquilo que ele, às vezes, fala aqui na Câmara,
de "desamarrar alguns nós" do Orçamento, do Plurianual, enfim, tirar
um pouco da dificuldade que é analisar uma peça, como é o Orçamento, e fazer
com que houvesse essa "desamarração" aqui dentro, para que pudéssemos
ter maiores "amarrações" lá fora, com a população. Que a população
tivesse, portanto, mais poder de incidência sobre o próprio projeto do
Executivo Municipal, que é o Orçamento Participativo. Mas, não. O Vereador
quer, inclusive, complicar, amarrar e, portanto, fechar mais o Orçamento aqui,
dentro da Câmara de Vereadores.
É uma boa função o debate do Orçamento aqui na Câmara, mas não é a
única função de um Vereador.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, eu não consigo acreditar que o
ilustre Vereador quer submeter esta Câmara, este Poder Legislativo, ao
Orçamento Participativo, que é um órgão de assessoramento do Executivo,
justamente V. Exa., que é o Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. Eu não estou
entendendo.
O SR. ADELI SELL: Eu explico. Eu não quero
submeter nada a nada, até porque, sou daqueles que pregam a autonomia das
entidades. Eu quero uma união das associações de moradores, brigando,
levantando questões sistematicamente para o Poder Público Municipal Executivo e
este Legislativo.
Não quero uma Câmara submissa a
qualquer outra instância, porque sei que este é um Poder, como também é um
Poder o Executivo Municipal. Mas, também sei, tenho consciência de que o
Orçamento Participativo é uma esfera pública, não disse que era um poder
paralelo, nem superior a esta Câmara, meu caro Ver. João Carlos Nedel. No
entanto, é um espaço público que a Prefeitura sugeriu, mas não criou, foi o
povo que criou e deu as características, o delineamento do Orçamento
Participativo. E talvez, os Vereadores que se opõem ao Orçamento Participativo,
se instigassem seus eleitores, sua base que os elegeu teríamos, não a queixa
que os Srs. Vereadores têm hoje, de que apenas um determinado setor da
sociedade participa, poderíamos ter participação muito maior. Este Vereador vai
se aliar a todo àquele Vereador, àquela personalidade pública do Município que
instigar a maior participação popular. Porque o Vereador que se apresenta, que
ouve, que atenta ao Orçamento Participativo muito aprende, também para sua
atividade legislativa, aqui dentro, porque ele enxerga dezenas, centenas de
pessoas levantando palavras de ordem, levantando reivindicações, cobrando
ritmos, cobrando prazos.
Mas, não é disso que trata a
posição do nobre Ver. Antonio Hohlfeldt, pelo contrário, ele amarra as questões
aqui dentro.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Losada se inscreve e cede seu
tempo a V.Exa. que tem mais cinco minutos.
O SR. ADELI SELL: Agradeço ao Ver. Antonio Losada. Portanto, quero
fazer um desafio aos Vereadores de outras Legislaturas, que já acompanharam
muitas vezes a discussão do Plurianual e do Orçamento, aqui nesta Casa.
O Ver. Clovis Ilgenfritz foi um
dos Vereadores da bancada do PT que mais se preocupou com a questão do
Orçamento, o que ele fez? A preocupação do meu colega de bancada foi,
exatamente, tentar discutir a ampliação da discussão pública do Orçamento
Participativo, e não as amarrações que
quer fazer o Ver. Antonio Hohlfeldt fechando o orçamento mais do que já está.
O Sr. Clovis Ilgenfritz: V.Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Adeli Sell, apenas para esclarecer. Quando eu falei da tribuna que a
Legislação Federal, complementar à Constituição, para que pudesse haver esse
tipo de legislação Municipal ela não existe. Não foi em termos de querer
contrariar o que foi dito pelo Ver. Carlos Garcia, que falou na legislação
estadual. No caso, o Governo do Estado
pode legislar concorrentemente com o Governo Federal para essas questões, o que
não acontece com o Município. Por isso eu insisto em dizer, é inconstitucional
e não tem respaldo. O outro aspecto é que no Congresso Nacional tramita uma
legislação que tem essa mesma incoerência e confusão que está sendo criada pelo
péssimo Projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt, que busca transformar o Plano
Plurianual da União em Orçamento Plurianual, o que é uma incongruência.; por outro lado, o Governo do Estado que
legislou, não consegue cumprir o que legislou, porque é impossível. Eu não
tenho tempo para dar os dados técnicos, mas isso é importante que se tenha
claro, porque não podemos votar apenas na emoção partidária, temos que votar
com consciência de que é certo ou errado, é bom ou é ruim. Obrigado, Vereador.
O SR. ADELI SELL: As leis são feitas para serem cumpridas e o Ver.
João Dib tem se queixado aqui sobre prazos, que tratam exatamente dessa
questão orçamentária. O Secretário
Municipal da Fazenda Dr. Arno Augustin foi muito claro em dizer na Comissão de
Finanças no ano passado, que sabe que até o dia 28 de cada mês deve mandar o
balanço. No entanto, ele já avisou que até o dia 28 é impraticável. A maioria
dos vereadores sabe que é impraticável. No entanto, não chegará ao fim deste
mês, e o nosso Secretário estará enviando o orçamento do ano passado, como já
enviou poucos dias depois dos 60 dias, como é dito na lei, o balancete do mês
de dezembro. Portanto, nós já temos dificuldades, exigüidade de tempo e
dificuldades com a legislação que hoje
compõem a discussão orçamentária do Município. O que quer o Ver. Antônio
Hohlfeldt? Quer complicar mais essa legislação. Se dependesse do Ver. Antonio
Hohlfeldt e do seu projeto, cerrariam-se as portas do Plenário para que o
público não participasse, porque o Vereador tem a preocupação de que apenas os
33 Vereadores decidam absolutamente tudo sobre a questão orçamentária. Não é
isso o que queremos. Nós queremos a participação da coletividade, a
participação de todos os porto-alegrenses. Nós sabemos que a decisão final cabe
a este Legislativo e nós o respeitamos, tanto que somos parte dele e dirigimos
a Comissão de Economia Finanças e Orçamento que trata exatamente desta questão.
Nós lastimamos a ausência do Vereador, justificada, para tratar de assuntos de
interesse, mas na sexta-feira, quando poderia discutir este assunto, o Vereador
também se ausentou. E não é a primeira vez, diga-se de passagem, que o Vereador
se ausenta quando tem esse tipo de debate importante nesta Casa. Agora, não
fugimos deste debate. Estamos aqui para debater e votar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. CLÁUDIO SEBENELO
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, penso que é muito impróprio e fora de qualquer
propósito, em primeiro lugar, falar de uma pessoa ausente, isso é falta de
ética. Em segundo lugar, está sendo feita uma grosseria com um Vereador. Pode
até não concordar com o Projeto, mas não podem se referir a uma pessoa dessa
maneira. Inclusive, o Ver. Antonio Hohlfeldt esteve toda a Sessão de
sexta-feira presente. Isso fere o decoro parlamentar.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Ver. Cláudio Sebenelo, a
Mesa considera que o que V. Exa. fez é uma manifestação e não uma questão de
ordem. Portanto, não está recebida a sua Questão de Ordem. Na sexta-feira foi
retirado o quórum e não pôde haver a votação deste Projeto e foi isso que ouvi
dessa tribuna.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, eu agradeço a deferência porque V. Exa. sempre se comportou
como um grande magistrado na Presidência dos trabalhos desta Casa. Nesta minha
Questão de Ordem eu não entendi a expressão "foi retirado o quórum".
Solicito um esclarecimento a esse respeito porque, pelo que me consta, havia
quórum e, de outro lado, para satisfazer o Ver. Gérson Almeida, informo que o
artigo é o mesmo que ele invoca em suas Questões de Ordem.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa está sendo
o mais cautelosa e paciente possível, e também não é uma Questão de Ordem, é
uma opinião do Vereador. A Ata da reunião de sexta-feira traduz a V. Exa.
exatamente o que este Vereador repetiu aqui. Não fiz juízo de valores. O quórum
não existia na hora da votação do referido Projeto.
O SR. ISAAC AINHORN: Vossa Excelência me
respondeu na Questão de Ordem que eu formulei. Sou grato mais uma vez ao seu
espírito de magistrado.
O SR. PRESIDENTE: Estou sendo informado por nossa
Assessoria que, após a saída de alguns Vereadores, foi feita nova chamada e,
por isso, não havia quórum. Foi isso que eu quis dizer.
O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, para uma sociedade não se deteriorar, ela precisa ser regrada.
Tenho dito que a Constituição Federal de 1988 tem muitas deficiências, mas,
apesar disso, foi constituída com a participação popular e de eminentes
personalidades da vida política e jurídica deste país. Nós temos também
responsabilidade nesta Casa quanto à questão da constitucionalidade das leis.
Presentes na Comissão de Constituição e Justiça, pessoas eminentes do mundo
jurídico, não só desta cidade, como também do estado, como o Ver. Elói Guimarães,
que é Procurador aposentado do município, como o Ver. Nereu D'Ávila, renomado
advogado, e também uma pessoa estudiosa. Entre outros que merecem a nossa
atenção está o Ver. Fernando Záchia, que é uma pessoa que trabalha com
seriedade técnica dos projetos, como os meus colegas João Motta, como os demais
membros integrantes daquela Comissão. Não é possível que esta Casa, ficando
polarizada na discussão política, venha passar por cima de algumas aberrações
jurídicas, como é o caso presente. Nós não podemos vender para a sociedade essa
imagem que, aqui, nós tudo podemos. Nós temos de nos regrar a uma Constituição
Federal, a uma Constituição Estadual e a uma Lei Orgânica do Município. Nós não
podemos, sob pena de descrédito desta Casa, deixar de considerar aquelas Leis
que nos regem.
Vejam bem, Srs. Vereadores, há
alguma dúvida sobre o que dispõe o art. 61, § 1º, II, letra b, da Constituição Federal? Diz o caput do art. 61: "São de iniciativa privativa do Presidente
da República as Leis que dispõem sobre: organização administrativa, judiciária,
matéria tributária e orçamentária". Por óbvio, essa disposição
constitucional é recebida pela Lei Orgânica e aí está, claramente, o vício de
iniciativa. Só o Presidente da República, só o Governador do Estado, só o Prefeito
podem dispor sobre leis de iniciativa orçamentária. Mas, alguns dizem que, na
Assembléia Legislativa, existe a tramitação de uma lei tratando do tema.
Ver. Carlos Garcia, que me antecedeu, V. Exa. deve ter motivações
políticas para votar por esse Projeto, - já disse isso pessoalmente a V. Exa.,
- mas não pode arvorar-se e usar o art. 56 da Lei Orgânica do Município. Sei
que não foi V. Exa., que é um eminente professor, político reconhecido pela
Cidade, e não é uma pessoa ligada ao direito, mas quem lhe orientou, por óbvio,
orientou-lhe muito mal. O art. 56 dispõe sobre matérias que a Câmara tem
competência para dispor, ou seja, elas têm que passar pela Câmara de
Vereadores, jamais sobre a questão da competência para iniciar esse Projeto.
Essa matéria, na Constituição Federal, na distribuição de competências, está
colocada nas competências concorrentes onde diz que tem a competência para
legislar a União, os Estados e o Distrito Federal. Quando o legislador
constituinte quis que os municípios pudessem legislar, ele coloca no art. 22,
da Constituição Federal, que trata das competências privativas, e aí, sim, o
legislador municipal tem competência para suplementar, com base no art. 30,
inc. II, àquela legislação.
Sr. Vereadores, é um absurdo, é
uma irresponsabilidade que se comece a aprovar, aqui, coisas com esses erros
graves. Na verdade, acredito, que esse Projeto, quando recebido, se não fosse
pela consideração política, deveria ser arquivado, tamanho o número de
irregularidades, o número de ilegalidades, mas está aqui. Feitas essas
observações, quero dizer que a lei que está na Assembléia foi sim legal e
constitucional porque a competência concorrente permite aos estados legislar
sobre a matéria, jamais ao Município. E ainda há razões de ordem técnica para se avaliar. Na
verdade, o Ver. Antonio Hohlfeldt, desconhecendo essas questões, apesar de ser
professor renomado, demonstra uma certa ignorância na área jurídica, já que fez
essa proposição copiando a lei, não verificando que a própria Lei Orgânica já
possui dispositivos para o ordenamento dos orçamentos. E não verificou o que é,
na verdade, um orçamento plurianual. Quero chamar à consciência os Vereadores
desta Casa, porque aprovar um Projeto desses, com tamanhas violências à ordem
jurídica é um absurdo e sei que esta Casa não o cometerá. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está
com a palavra para discutir o PLCL nº 006/97.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. No momento do debate, em Plenário, para a aprovação desse Projeto,
colocamos ao Vereador-proponente, Antonio Hohlfeldt, que seu Projeto era uma
cópia, na sua totalidade, do Capítulo III da Lei Orgânica. E ele disse que a
sua intenção, como Parlamentar, era a
de regulamentar e ampliar o texto da Lei Orgânica, e que apresentava o Projeto
para o debate para que, com emendas, se pudesse melhorar o texto da Lei
Orgânica, o que não ocorreu. Também era do discurso que a proposta tentava
ampliar os espaços de participação popular na discussão do orçamento no
Município. Colocamos, naquele momento, que a proposta, pelo contrário,
restringia mais o debate sobre o Plano Plurianual, sobre o orçamento
participativo e sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Sabemos que alguns Vereadores da Casa têm
discordância com a nossa política de discussão do orçamento participativo da
Prefeitura com as comunidades. Respeitamos a opinião desses Vereadores, mas
continuamos apostando nesse método de administrar a Cidade. Administrar com a
população e construir um plano de investimento, construir as metas, construir
as diretrizes do nosso governo. Chamamos todos os Vereadores que são contrários
a esse método para o debate nas plenárias do orçamento. No nosso entendimento,
tanto a discussão do Plano Plurianual que abrimos com a comunidade, no ano
passado, tanto a discussão que se faz a cada ano no conselho do orçamento
participativo sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, tanto a discussão do
orçamento anual que se faz em todas as 16 regiões e nas temáticas, gostaria de
informar que este ano as temáticas foram antecipadas em e relação as discussões
nas regiões, a grande maioria das plenárias foram feitas aqui nesta Casa e
contaram com a participação de mais de mil moradores da Cidade. A plenária de
Educação, Cultura e Lazer lotou o Plenário desta Casa, a plenária de Saúde e
Assistência Social também lotou esta Casa. O argumento do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que não nos deu o prazer de estar aqui hoje e sexta-feira para fazer
o debate, dizendo que a lei é uma forma de ampliar a participação popular, nós
discordamos. O orçamento participativo e o Plano Plurianual são ferramentas que
ampliam a discussão e o processo de deliberação sobre os gastos públicos no
Município de Porto Alegre. Queremos que, em nível estadual e federal, esse
mesmo método possa ser implantado.
O Vereador, além dessas questões, transforma o Plano Plurianual em um grande “orçamentão”,
como mais uma forma - é interessante que se denuncie isso às comunidades - de
atacar o Orçamento Participativo. Transformar o Plano Plurianual, que é um
plano de metas, de diretrizes para o período de quatro anos para esta Cidade, em um plano de investimentos que
trata de obras e investimentos, anualmente, é mais uma forma de furar o
bloqueio que esta Cidade construiu, que é o de ir lá nas comunidades, lá nas
vilas, para discutir às suas necessidades e a demanda que
precisa. A população de Porto Alegre, assim como nós aqui nesta Casa, vamos dar
uma resposta sim aceitando o Veto do Prefeito e dizendo: "Vamos cumprir a
Lei Orgânica do Município que trata muito bem das questões orçamentárias".
E, continuando com a caminhada do Orçamento Participativo, vamos aproximar a
Câmara de Vereadores, os legisladores
desse processo inovador que deve ser dia-a-dia transformado para poder contar com a participação e o apoio dos Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra para discutir o PLCL nº 006/97.
O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Srs.
Vereadores. Eu dizia que um Vereador todos os dias aprende a ser Vereador, e
porque eu pretendo e me esforço para ser um Vereador, comprei um livro, "O
Poder do Vereador", apenas por um título que tinha nesse livro: "O
Poder-Dever de Fiscalizar".
Curiosos são os caminhos pelos
quais a vida nos leva. Havia na página marcada do "Poder-Dever de
Fiscalizar" uma série de recortes com uma frase de Aristóteles, que diz: "Qualquer uma pessoa pode zangar-se,
mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo
certo e de maneira certa."
Não
é fácil. Acho que me zanguei certo, correto, na hora, tudo tranqüilo e sereno,
porque quando se diz, se paga para dizer que, para a Prefeitura de Porto
Alegre, cumprir a lei não é favor, é obrigação. Quando se diz assim: é preciso
que a Prefeitura cumpra a lei e não se omita, não se assuste com o
"cumprir a lei". O Veto do Prefeito, que se baseia no inciso II, do
art. 24, da Constituição Federal, dispõe que é da competência da União, dos
Estados, do Município e do Distrito Federal legislar concorrentemente sobre o
Orçamento. Ele não diz que não pode legislar sobre a fiscalização do Orçamento.
Então, o Prefeito não quer que as contas sejam claras, transparente, bonitas,
aprovadas com tranqüilidade. Ele não quer! Ele gasta bastante até, e muito
dinheiro para fazer a prestação de contas para o orçamento popular. Vinte mil
pessoas, se chega a tanto, recebem um gasto "per capta" de quinze
reais, em publicidade. Eu gostaria de saber por que e como. E a Lei Orgânica,
que é a lei que deve ser cumprida - o Prefeito jurou aqui, no dia primeiro de
janeiro de 1997, cumprir a Lei Orgânica, o Vice-Prefeito, o Secretário e os
Vereadores também - a Lei Orgânica é clara, precisa, concisa e desrespeitada
permanentemente! Essa Lei Orgânica diz que o Vereador independe de marcar hora,
dia e local. Ele entra na Secretaria e tem que ser informado. Não fui eu que
escrevi. É a Lei Orgânica.
Por que, então, quando o Estado - e aqui se vê freqüentemente criticado
o Governador Antonio Britto, recebeu por unanimidade a aprovação do Projeto do
Ex-Prefeito Guilherme Socias Villela, e o Governador do Estado não teve nenhuma
preocupação em sancionar, até porque parece que lá o PT exige transparência,
aqui querem esconder. Eu não entendo, porque, lá, o Ex-Prefeito Guilherme
Socias Villela aprovou um Projeto de Lei que é o que apresenta aqui o Ver.
Antonio Hohlfeldt. E não está escrito na Lei Orgânica que aqui não pode ser
feito. Como eu vou exercer o poder de ver, de fiscalizar, se não me dão os
números, se me negam todas as contas? Hoje, dia 30 de março, a Lei Orgânica diz
que eu deveria ter, nesta Casa, os balancetes de janeiro e fevereiro e não
tenho nem um e nem outro. E não é porque não tenha sido reclamado nesta
tribuna. E eu reclamo sempre. Como eu disse, todos os dias eu procuro aprender
um pouquinho mais e aprendo, para ser um bom Vereador. E os meninos me
respondem sempre com agressão, nunca contrariamente aos números que eu aqui
trago.
A forma de não ter mais problemas é deixar os números à disposição de
todos e não obrigar que alguns Vereadores, que pretendam ser bons Vereadores,
lendo o Diário Oficial, lendo uma série de informações, lendo os comentários da
AIAMU, nos levem a fazer perguntas e, depois, nos respondam com ofensas, mas
nunca com uma resposta efetiva para perguntas. Nunca nos dizem que os números
aqui levantados estão errados. Há um equívoco, só fazem gracejos e tentam fazer
o que fazem: irritar o Vereador na tribuna. E, lamentavelmente, algumas vezes
conseguem, porque ninguém é de ferro. Às vezes, o indivíduo tem que se zangar.
Eu sou humano, Sr. Presidente, e uma das coisas ruins da vida do indivíduo é
ter alma e eu tenho só um metro e oitenta de alma e, às vezes, pisam na minha
alma e, eventualmente, reajo. E vou continuar fazendo assim. Quero as contas da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o Projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt nos
ajuda a receber estas contas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis
Ilgenfritz):
A Vera. Tereza Franco solicita licença para tratamento de saúde nos dias trinta
e trinta e um de março.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença da Vera. Tereza Franco, e
dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)
O Ver. Gilberto Batista cede o seu tempo para o Ver. Cláudio Sebenelo.
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, na quinta-feira passada, a Professora Esther Grossi escreveu um
artigo chamado "Educação e Mercado de Trabalho", um artigo primoroso
em que ela diz: "O turismo, com o recrudescimento da aprendizagem de
idiomas, o prazer da mesa, do bem - vestir, do bem - morar, do aprimoramento
dos atendimentos às crianças, as atividades culturais - música, artes
plásticas, dança, teatro, cinema -, os
esportes, terão uma proeminência nítida nas ocupações das pessoas. O mercado de
trabalho nos próximos tempos terá novas
características. Há que mudar o ensino".
A Vera. Maria do Rosário fez uma cara feia. Ela deve esperar o final do
meu discurso para entender porque estou falando sobre isso.
Esse assunto tem muito a ver com o Projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt,
pois há uma incoerência em propor a
extinção da EPATUR e abrir uma seção da
Secretaria de Indústria e Comércio, que já não anda muito bem das pernas, para
abarcar todo o turismo de Porto Alegre.
No Correio do Povo de hoje, li uma manchete dizendo que a Capital vai
investir mais em turismo. Por favor! Fico pensando que essa mesma incoerência
existe ao se apregoar uma administração totalmente transparente, que quer
discutir, com a sociedade, o orçamento.
Todos os Vereadores do PT que vão à tribuna falam, insistentemente e
promocionalmente, no Orçamento Participativo. Não sei se precisa de tanta
promoção uma coisa tão boa.
Eu concordo que possa haver
algum problema de lei; eu concordo que deva haver algum ato falho no texto, mas
por falha de datilografia, por falha de interpretação, pela troca do nome de
"Orçamento" para "Plano". Agora, invalidar um projeto que
quer abrir a PROCEMPA, que quer os dados numéricos para o debate! É muito
difícil entender por que, num assomo de
excesso verbal, o Vereador que preside esta Sessão agora diz que o Projeto é
péssimo. Seria muito ruim alguém dizer a ele que a administração dele na Casa
foi péssima porque seria mentira; a administração dele foi excelente. Mas, ele
reage de uma forma virulenta quando alguém fala mal de qualquer coisa do seu
trabalho.
Não é uma forma de Vereador tratar Vereador dizer que esse é um péssimo
projeto. Esse é um excelente projeto. O Projeto é muito bom, e eu censuro um
colega que venha catalogar de péssimo um trabalho esforçado, diligente e
principalmente competente, sobre um projeto que quer promover transparência. Eu
penso que só há uma atitude a tomar: esse Vereador tem que, publicamente, pedir desculpas ao colega, porque esse
trabalho não pode ser gizado de vermelho; ele tem que ser valorizado, porque é
um trabalho de Legislativo Municipal.
O Executivo Municipal, inclusive, nas entrelinhas do seu Plano Diretor,
que enviou para cá, tem a preocupação de desmoralizar o Legislativo. Toda a vez que ele hipertrofiar a sua Secretaria
de Planejamento e achar que o Orçamento Participativo vai substituir a Câmara
de Vereadores, ele vai estar incidindo em um erro crasso, ele vai estar
tentando, de todas as formas, empanar o esforço das pessoas que aqui trabalham,
que aqui fazem projetos. Pode, muitas vezes, a Bancada situacionista não ter
concordância com esse Projeto, mas pode também compreender que, muitas vezes, o
Projeto pode não ser completo, pode não ser plenamente exato, mas quem já não
apresentou um projeto errado? Quem não apresentou uma falha em um termo
técnico? Quem não se enganou alguma vez? Então, quem não se enganou, quem não
falhou que atire a primeira pedra. Aliás, parece-nos que, para a Bancada do PT,
para o modo petista de fazer política e administrar, vida inteligente só dentro
do PT. Os trabalhos dos outros são péssimos. Esse tipo de postura e de
indelicadeza nós devemos repelir, bem como sempre que houver esse tipo de manifestação
pública como foi a do Ver. Clovis Ilgenfritz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Fica muito difícil, na condição de Presidente dos trabalhos, imiscuir-me no debate ao ser agredido, da
tribuna, por um Vereador que usa o tempo regimental e sabe que o Presidente,
quando está dirigindo os trabalhos, não pode debater. E não há por que pedir
desculpa por uma declaração limpa de que um projeto tinha péssima qualidade. É
a minha opinião.
O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para discutir o PLCL nº
006/97.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, esse projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt parece de suma importância
para nós do Poder Legislativo. Hoje há uma preocupação muito grande, por parte
de toda a sociedade, na transparência que deve existir nos atos do Poder
Executivo.
Ao longo dos anos, nós nos temos ressentido bastante com a prestação de
contas. Nós vemos, anualmente, os orçamentos serem aprovados, mas não serem
cumpridos. Essa é uma prática que os Poderes Executivos, de uma maneira em geral,
estabelecem.
Esse Projeto é semelhante ao que foi aprovado na Assembléia Legislativa
e que contou com o apoio da Bancada Petista e das outras bancadas. Essa é a
informação que me foi dada até pelo Ver. João Dib. E por que não se aprova a mesma coisa aqui na Câmara Municipal?
Esta é a grande indagação. Se nós gostamos tanto de transparência e o se o
Poder Executivo não tem o que esconder dos seus atos, se o Poder Executivo é
cumpridor de todas as legislações emanadas deste Poder Legislativo, por que a
preocupação em não prestar contas corretamente de seus atos? Essa é a grande
indagação. O veto aposto pelo Sr. Prefeito Municipal não tem razões que o
justifiquem, não tem razões claras. O que o Poder Legislativo quer apenas é
mais transparência, e me parece que pedir mais transparência é o mínimo que o
Poder Legislativo pode pedir ao Poder Executivo. Então, Srs. Vereadores, não
haveria necessidade de o Poder Executivo se preocupar com o presente Projeto de
Lei, que quer apenas dizer ao povo de Porto Alegre que, cada vez mais, está
sendo vigilante o Poder Legislativo no sentido de examinar todos os atos e ver
se também, de fato, o Poder Executivo está cumprindo a legislação orçamentária.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Jocelin Azambuja, V. Exa. apesar de, nesta
Legislatura, estar na suplência, tem demonstrado ser um Vereador atento e,
sempre que assume a sua cadeira, discute bem os projetos. Nessa linha,
perguntaria se V. Exa. teve tempo de
ler o parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Eu me louvo, Ver. Juarez
Pinheiro, do Projeto, que eu já conhecia no ano passado, e da posição assumida
pelo Legislativo. Os vícios alegados de inconstitucionalidade para o presente
Projeto de Lei são plenamente superáveis com a manifestação de vontade do Poder
Executivo se assim tivesse feito sem opor o Veto, isso se existem os vícios que
foram considerados.
O Sr. Juarez Pinheiro: Quero dizer a V. Exa. que
isso, numa outra etapa da vida constitucional deste País, com a súmula nº 05 do
Supremo Tribunal Federal, é possível. Hoje essa súmula está derrogada e foi
revogada, e mesmo que o Prefeito, por acaso, viesse a sancionar, isso não
escoima o vício de ilegalidade e de inconstitucionalidade.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Então, nós temos já o
sentimento de que todas essas questões
de vício de origem dos Projetos de Lei são superáveis plenamente, de
acordo com a legislação vigente, com a jurisprudência vigente. Então, o aspecto
não é esse, o aspecto fundamental para mim, na análise do Projeto, e é isso que
tenho sempre procurado fazer, ao vir a esta tribuna - é me louvar justamente
daquele objetivo maior que a população tem que é de fiscalização dos atos do
Executivo.
Nós não podemos abrir mão, jamais, da fiscalização, porque os
partidos ocupam, transitoriamente, o
Poder. O Partido dos Trabalhadores, hoje, administra o Poder Executivo, mas
sabemos que não vai ser eternamente, e que amanhã ou depois, outros partidos
virão. E a legislação não se prende ao grupo que hoje administra a Cidade de
Porto Alegre, mas a todos aqueles que virão. Isso é que é importante:
legislações que perdurem e que possam expressar a vontade popular, de fato.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem
queria discutir, em votação nominal o
PLCL nº 006/97.
O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): A minha Questão de Ordem,
Sr. Presidente, é para saber como ficam casos como o do Ver. Jocelin Azambuja,
que assume pela segunda assume a suplência e no meio da Sessão se ausenta, não
fica mais de que dez, quinze minutos no Plenário. Eu gostaria de saber qual o
procedimento que a Mesa vai assumir com relação a isso. É considerado presença?
O Poder Público vai assumir? Os cofres públicos vão sustentar isto? Pergunto
para que sejamos esclarecidos. .
O SR. PRESIDENTE: Caso não haja quórum e o
Vereador, mesmo estando presente, se não respondeu, será considerado ausente,
não participou da Sessão.
Em votação. Um voto SIM,
14 votos NÃO. Não há quórum. A
votação fica anulada. Este Projeto será votado, em primeiro lugar, na Ordem do
Dia da próxima Sessão.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO
(Questão de Ordem): Quero, na verdade, dizer a esta Casa que o Executivo Municipal estará
publicando, ainda esta semana, o balanço referente a janeiro, possivelmente no
Diário Oficial da próxima quarta-feira. Amanhã os Vereadores receberão o
balanço do mês de janeiro. Não consideramos que tenha qualquer balanço atrasado
por parte do Executivo Municipal, haja vista que ainda não chegamos ao dia 15
de abril, que seria a data limite, contando dois meses do início dos trabalhos.
Quero também referir que as dificuldades que tivemos no último período referem-se
ao FUNDEF, o Fundo para a Educação, onde existem interpretações diferentes, do
Tribunal de Contas, da própria FAMURS, e dos Municípios, de como trabalhar com
a prestação de contas e o balanço dos recursos do FUNDEF. Portanto, deixamos
claro à Casa que a partir de amanhã o balanço do mês de janeiro estará sendo apresentado a todos os Vereadores e à
Cidade. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe os
esclarecimentos de V. Exa., como Líder da Bancada do Governo nesta Casa,
trazendo uma informação solicitada anteriormente por outros Vereadores, em
especial o Ver. João Dib.
Ver. Henrique Fontana, com a palavra.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Para consultar à Presidência
se temos quorum para a discussão do veto seguinte?
O SR. PRESIDENTE: Regimentalmente a Sessão
terá que ser encerrada. Se não há quórum para votação - e já me certifiquei com
a ilustre Diretora Legislativa, Dra. Inês Haffner - na Ordem do Dia a Sessão
deve ser encerrada.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão por falta de quórum e
lamento ter que dizer também do Ver. Cláudio Sebenelo.
Convoco os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira no horário regimental.
(Encerra-se a Sessão às 17h53min.)
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